A gripe é uma doença causada pelo vírus da Influenza, que ocorre predominantemente
nos meses mais frios do ano. Esse vírus apresenta vários subtipos diferentes
que circulam, a cada ano, nas distintas regiões do mundo, produzindo a
chamada gripe ou influenza sazonal, cujos sintomas mais comuns são febre, coriza,
tosse, dor de garganta e mal estar. A gripe tem início súbito e, na maior parte dos casos,
tem cura espontânea, entre sete e dez dias, sem deixar seqüelas ou produzir
complicações. Em algumas situações, podem ocorrer complicações como pneumonia e
insuficiência respiratória, configurando um quadro denominado de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG). Essas complicações são mais comuns em
determinados grupos mais vulneráveis, como as pessoas com mais de 60 anos, crianças
menores de dois anos, gestantes e portadores de algumas doenças crônicas debilitantes.
Em 2009, o mundo assistiu à ocorrência de um fenômeno chamado
pandemia de gripe ou influenza, que tem se repetido em intervalos de décadas e que é
produzido quando surge um novo vírus de influenza, geralmente a partir da mutação de
vírus de influenza animal, suína e/ou aviária. Como ninguém possui imunidade a esse
novo vírus, ele se espalha rapidamente por todos os países, produzindo uma epidemia
generalizada ou pandemia.
As manifestações clínicas e a gravidade da doença produzida por esses vírus
pandêmicos têm apresentado uma grande variedade ao longo da história. A circulação
rápida do vírus A H1N1 e a vacinação realizada em todo o mundo produziram uma
ampla imunidade entre as pessoas, o que determinou a drástica redução de sua
circulação, sendo constatado, pela Organização Mundial de Saúde, o final da pandemia,
em agosto de 2010.
Entretanto, apesar de não poder produzir novas pandemias, porque a grande
maioria das pessoas está imune, o vírus H1N1-2009 continua existindo e ainda pode,
como os demais vírus de gripe, causar síndrome gripal e, eventualmente, suas
complicações. A diferença é que o A H1N1 tem uma maior capacidade de produzir
casos graves e complicações em pacientes jovens, previamente saudáveis, e em pessoas
de grupos vulneráveis, como as gestantes.
Neste ano, como costuma acontecer com a aproximação do inverno,
especialmente no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste do país, o número de
casos de gripe vem aumentando. Vários tipos de vírus têm sido identificados, como os vírus Influenza tipo B, Influenza tipo A H3N2, vírus Sincicial Respiratório e também,
em menor quantidade, o H1N1-2009. Este ultimo poderá produzir casos esporádicos ou
mesmo pequenos aglomerados, chamando a atenção para a necessidade da rápida
identificação e tratamento adequado, capazes de evitar as complicações.
Casos de gripe pelo vírus H1N1-2009 têm sido identificado em vários
países, como Colômbia, Bolívia, Uruguai, Estados Unidos, Chile e também no Brasil.
Em nosso país, o sistema de vigilância da gripe acompanha os casos graves, aqueles
com Síndrome Respiratória Aguda Grave, o que permitiu identificar, no Rio Grande do
Sul, nas últimas semanas, dentre outros casos de SRAG, casos de gripe causados pelo
vírus da Influenza A H1N1-2009.
Recomenda-se que as crianças menores de dois anos, pessoas com mais de
60 anos, gestantes, puérperas (que deram á luz recentemente) e aqueles que têm doenças
crônicas debilitantes (câncer, HIV/Aids e outras imunodeficiências, doenças
autoimunes, diabetes, pneumopatias, obesidade, cardiopatias, entre outras), ao
apresentarem os sintomas de síndrome gripal, procurem assistência médica, quando será
avaliado e, se for o caso, receberá o tratamento com o oseltamivir, de acordo com as
orientações do Ministério da Saúde. Este medicamento é um antiviral capaz de reduzir a
duração dos sintomas e diminuir as chances de apareceremcomplicações.
Recomenda-se para os demais grupos populacionais, caso tenham, além dos
sintomas da síndrome gripal, falta de ar, diarréia, náuseas e vômitos ou febre elevada e
persistente, que também procurem atenção médica imediatamente, pois estes são sinais
de complicação da gripe comum.
As medidas preventivas comprovadamente eficazes devem ser
amplamente adotadas: higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel,
principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer,
antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou boca
após contato com superfícies potencialmente contaminadas, como corrimãos, bancos,
maçanetas etc.; evitar proteger a tosse e o espirro com as mãos, utilizando,
preferencialmente lenço de papel descartável; e manter hábitos saudáveis, como
alimentação balanceada, ingestão de líquidos e atividade física. Pessoas com síndrome
gripal devem evitar contato direto com outras pessoas, aglomerações e ambientes
coletivos.
O Ministério da Saúde informa que todas as Secretarias Estaduais de Saúde
estão abastecidas com oseltamivir, disponível também no programa Farmácia Popular, e
que os serviços de saúde estão capacitados para realizar o atendimento dos que
necessitarem.
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