Pessoas com idade acima de 60 anos têm 12 vezes mais risco de morrer por
dengue do que as de outras faixas etárias. Do total de óbitos registrados nos
primeiros três meses deste ano (132), 42% foram de integrantes deste grupo,
segundo levantamento do Ministério da Saúde. Devido a esta
vulnerabilidade, o Ministério da Saúde alerta aos idosos a procurarem os
serviços de saúde assim que surgirem os primeiros sinais da doença.
“As causas desta condição de risco não estão completamente esclarecidas,
mas podem estar relacionadas com a maior prevalência, nesta faixa etária, de
doenças crônicas, como cardíacas, diabetes, entre outras”, observa o secretário
de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor de cabeça - algumas
vezes mais localizada no fundo dos olhos - e dores nas articulações. “Se a
pessoa com a doença apresentar dores abdominais e vômitos persistentes, deve
buscar imediatamente um serviço de saúde porque estes são sinais de agravamento.
Também é fundamental não tomar remédio que tenha em sua composição o Ácido
Acetil Salicílico (AAS, aspirina e outros) e se hidratar com água, sucos e água
de coco”, aconselha Jarbas Barbosa.
VIDEOCONFERÊNCIA -Estas recomendações
foram reforçadas pelo secretário durante videoconferência realizada terça-feira última, em Brasília, com representantes das secretarias estaduais das
Regiões Nordeste e Sudeste, além do Paraná e Distrito Federal. Também
participaram representantes das secretarias municipais de saúde de Maceió, São
Luís, João Pessoa e Sergipe.
Durante o evento, o secretário Jarbas também alertou as autoridades para
a necessidade de monitoramento da situação epidemiológica e reforço da
preparação dos serviços de saúde, inclusive dos pequenos municípios, para
evitar os casos graves e os óbitos, com a utilização do protocolo de tratamento
elaborado pelo Ministério da Saúde.
Além disso, foi enfatizada a necessidade de que as secretarias estaduais
também reforcem, junto aos prefeitos, a necessidade de intensificar as ações de
mobilização comunitária visando à eliminação dos focos intradomiciliares; o
trabalho dos agentes municipais de controle de endemias e, ainda, as ações de
limpeza urbana e de fiscalização de borracharias, ferros-velhos e outros locais
com possibilidade multiplicação dos criadouros do mosquito transmissor da
doença.
Segundo o secretário, o trabalho dos prefeitos de execução das ações de
combate à dengue, é fundamental para se evitar as epidemias, os casos graves e
os óbitos. “A combinação do trabalho preventivo de cada família com as
ações do Poder Público, é capaz de reduzir a população do Aedes aegypti. As
pessoas devem redobrar os cuidados em suas casas, verificando a caixa d´água,
vasilhames para o armazenamento de água, calhas, lixo e outros recipientes que
acumulam água, como pratos de vasos para plantas, entre outros”, afirmou o
secretário.
MAPA DA DOENÇA: Nos três primeiros meses deste
ano, 11 estados brasileiros apresentaram alta incidência de dengue e
concentraram 74,5% dos casos notificados ao Ministério da Saúde. De 1º de
janeiro a 30 de março, os estados de Rondônia,Acre, Amazonas, Tocantins, Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso
e Goiás registraram índices que vão de 304.9 até 3.105 casos por 100 mil
habitantes (veja tabela 1). O Ministério da
Saúde considera três níveis de incidência de dengue: baixa (até 100 casos por
100 mil habitantes), média (de 101 a 300 casos) e alta (acima de 300). A média
nacional é de 368.2 casos/100 mil habitantes.
Em números absolutos, os 11 estados registraram 532.107 casos suspeitos,
o equivalente a 74,5% do total das notificações em todo o país, ou seja,
714.226. Do total de casos suspeitos notificados neste ano, 83.768 já foram
descartados. Vale destacar que as notificações em 2013 ainda são
consideradas suspeitas, podendo ser descartados ou confirmados após a
investigação pelas secretarias municipais de saúde. No ano passado, no mesmo
período (1º de janeiro a 30 de março), foram 190.294 notificações. Em
2011, os casos notificados foram 344.715 e, em 2010, de 501.806.
Embora o Brasil contabilize aumento nos casos suspeitos, foi registrada
redução de 5% dos casos graves, se comparado ao mesmo período de 2012 (veja tabela 2) No ano passado, ocorreram 1.488 casos graves e, neste ano, foram
confirmados 1.417. Já no mesmo período de 2011, a redução foi 74% (5.361) e, em
comparação com 2010, foi de 82% (7.804). Com relação aos óbitos,
foram confirmados 132 (entre 1º de janeiro a 30 de março) de 2013. Em 2012,
foram 117 óbitos; 236 (2011) e 306 (2010), no mesmo período.
INVESTIMENTOS - Nos últimos anos, o
Ministério da Saúde destinou aos estados e municípios, de forma permanente,
recursos para o financiamento das ações de vigilância, o que inclui o controle
da dengue: R$ 1,05 bilhão em 2010; R$ 1,34 bilhão em 2011; e R$ 1,73 bilhão em
2012. Além disso, todos os municípios receberam adicional de R$ 173,3 milhões,
efetuado em dezembro de 2012, para ações de qualificação das atividades de
prevenção e controle da dengue, visando prevenir a intensificação da
transmissão que sempre ocorre no verão. Em 2011, foram R$ 92,8 milhões para
1.159 municípios.
O Ministério da Saúde também desenvolveu outras ações - como o
aprimoramento da capacidade de alerta e resposta à dengue, por meio dos
sistemas de vigilância e monitoramento dos municípios para detecção precoce de
surtos - revisão e atualização dos planos de contingência e compra de estoque
estratégico para apoio ao atendimento às vitimas nos estados e municípios.
Foram enviados aos estados e municípios 240 mil frascos de soro fisiológico,
300 mil envelopes de sais de reidratação oral, 30 mil frascos de do medicamento
Paracetamol gotas e 487.500 em comprimidos. Também foram adquiridos e
distribuídos aos gestores locais estoque estratégico de inseticidas e
larvicidas para controle do mosquito transmissor: 2.500 toneladas de
larvicidas, 350 mil litros de inseticidas, 60 mil litros de solventes de
inseticidas.
Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde lançou campanha de
mobilização contra a dengue e intensificou a sua divulgação durante todo o
período de maior ocorrência da dengue em 2013. Também foi oferecido aos
profissionais de saúde ensino a distância em manejo clínico do paciente com
dengue, por intermédio de curso promovido pela UNASUS, conhecido como Dengue em
15 minutos. Além disso, as secretarias de Atenção à Saúde e de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde, vem prestando assistência técnica para
organização da rede de serviços de saúde ao atendimento dos pacientes com a
doença e apoio às atividades de prevenção e investigação dos óbitos suspeitos
de dengue.
Comparativo de casos notificados de dengue 2012 e 2013 por UF
UF
|
Semanas 1 a 13
|
Incidência
|
||
2012
|
2013
|
2012
|
2013
|
|
Norte
|
20.635
|
42.605
|
126.2
|
260.6
|
RO
|
1.040
|
8.571
|
65.4
|
539.1
|
AC
|
1.097
|
5.148
|
144.6
|
678.5
|
AM
|
2.583
|
10.950
|
71.9
|
304.9
|
RR
|
520
|
421
|
110.8
|
89.7
|
PA
|
9.143
|
7.357
|
116.9
|
94.1
|
AP
|
127
|
500
|
18.2
|
71.6
|
TO
|
6.125
|
9.658
|
432.0
|
681.2
|
Nordeste
|
67.622
|
47.255
|
125.4
|
87.7
|
MA
|
2.641
|
1.220
|
39.3
|
18.2
|
PI
|
2.792
|
1.302
|
88.3
|
41.2
|
CE
|
9.415
|
7.034
|
109.4
|
81.7
|
RN
|
7.095
|
2.106
|
219.8
|
65.2
|
PB
|
1.087
|
2.286
|
28.5
|
59.9
|
PE
|
17.451
|
1.641
|
195.4
|
18.4
|
AL
|
6.689
|
1.375
|
211.3
|
43.4
|
SE
|
1.824
|
392
|
86.4
|
18.6
|
BA
|
18.628
|
29.899
|
131.4
|
210.9
|
Sudeste
|
78.906
|
376.999
|
96.7
|
462.2
|
MG
|
8.698
|
152.230
|
43.8
|
766.7
|
ES
|
2.790
|
33.501
|
78.0
|
936.3
|
RJ
|
56.426
|
69.258
|
347.6
|
426.7
|
SP
|
10.992
|
122.010
|
26.2
|
291.2
|
Sul
|
1.622
|
56.866
|
5.8
|
205.1
|
PR
|
1.486
|
55.353
|
14.0
|
523.3
|
SC
|
51
|
364
|
0.8
|
5.7
|
RS
|
85
|
1.149
|
0.8
|
10.7
|
CentroOeste
|
21.509
|
190.501
|
149.1
|
1320.7
|
MS
|
2.009
|
77.782
|
80.2
|
3105.0
|
MT
|
11.225
|
25.525
|
360.3
|
819.3
|
GO
|
7.738
|
84.131
|
125.7
|
1366.9
|
DF
|
537
|
3.063
|
20.3
|
115.6
|
Total
|
190.294
|
714.226
|
98.1
|
368.2
|
Comparativo de casos graves e óbitos por dengue 2012 e 2013 por UF
País/Região/UF
|
Semana epidemiológica 1 a 13
|
|||
Casos Graves
|
Óbitos
|
|||
2012
|
2013
|
2012
|
2013
|
|
Confirmados
|
Confirmados
|
Confirmados
|
Confirmados
|
|
Rondônia
|
8
|
17
|
2
|
1
|
Acre
|
2
|
0
|
0
|
0
|
Amazonas
|
8
|
46
|
2
|
6
|
Roraima
|
0
|
0
|
0
|
0
|
Pará
|
54
|
21
|
3
|
8
|
Amapá
|
2
|
0
|
0
|
0
|
Tocantins
|
18
|
5
|
2
|
0
|
Norte
|
92
|
89
|
9
|
15
|
Maranhão
|
20
|
6
|
5
|
2
|
Piauí
|
17
|
8
|
3
|
0
|
Ceará
|
51
|
7
|
15
|
0
|
Rio Grande do Norte
|
102
|
8
|
5
|
1
|
Paraíba
|
25
|
11
|
1
|
2
|
Pernambuco
|
101
|
4
|
12
|
3
|
Alagoas
|
34
|
4
|
0
|
0
|
Sergipe
|
23
|
1
|
1
|
0
|
Bahia
|
124
|
32
|
11
|
6
|
Nordeste
|
497
|
81
|
53
|
14
|
Minas Gerais
|
38
|
84
|
5
|
24
|
Espírito Santo
|
133
|
332
|
1
|
6
|
Rio de Janeiro
|
306
|
164
|
19
|
7
|
São Paulo
|
41
|
97
|
10
|
13
|
Sudeste
|
518
|
677
|
35
|
50
|
Paraná
|
5
|
88
|
0
|
14
|
Santa Catarina
|
0
|
0
|
0
|
0
|
Rio Grande do Sul
|
0
|
0
|
0
|
0
|
Sul
|
5
|
88
|
0
|
14
|
Mato Grosso do Sul
|
23
|
98
|
1
|
22
|
Mato Grosso
|
92
|
48
|
3
|
9
|
Goíás
|
259
|
334
|
16
|
7
|
Distrito Federal
|
2
|
2
|
0
|
1
|
Centro-Oeste
|
376
|
482
|
20
|
39
|
Brasil
|
1.488
|
1.417
|
117
|
132
|
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