sábado, 3 de dezembro de 2011

Rumos da saúde pública em definição na 14ª Conferência Nacional de Saúde


Fonte: ENSP, em 01/12/2011
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, abriu oficialmente as atividades da 14ª Conferência Nacional de Saúde, nesta quinta-feira (1°/12). Com o tema Todos usam o SUS! SUS na seguridade social, política pública, patrimônio do povo brasileiro, Brasília recebe até o dia 4 de dezembro mais de quatro mil representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores e gestores/prestadores de serviço em saúde para discutir os caminhos da saúde pública para os próximos anos. "A 14ª CNS visa melhorar a atenção básica de saúde no país e a qualidade do atendimento à população. Os usuários do SUS estão em primeiro lugar sempre", afirmou Padilha em sua fala inicial. A Conferência Nacional de Saúde está sendo transmitida ao vivo pela internet, através do Canal Saúde/Fiocruz.

A 14ª CNS tem como eixo temático o Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS. Ao todo, 346 propostas integram o relatório consolidado para votação durante a conferência. O documento é resultado dos relatórios enviados pelos 27 estados, fruto das conferências estaduais e municipais de Saúde realizadas em todo o país. 
Ao todo, 878 propostas foram aprovadas e encaminhadas à Etapa Nacional. As propostas nacionais foram divididas em 15 diretrizes, que tratam de participação social, modelo de gestão, acesso com qualidade, construção de políticas públicas em saúde, entre outras. Divididos em 17 grupos de trabalhos, os delegados vão analisar e votar as propostas. Após a aprovação na Plenária Final da Conferência, será elaborado um relatório com as propostas definidas pelos delegados da 14ª CNS, que devem nortear as políticas de saúde nos próximos quatro anos.

Participantes da 14ª CNS fazem protesto pela regulamentação da Emenda 29

A Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000, que obriga os estados e o Distrito Federal a destinar pelo menos 12% de seu orçamento para a saúde, e os municípios, 15%, foi motivo de manifestação no primeiro dia (30/11) da 14ª CNS. Participantes da Conferência promoveram um movimento para reivindicar a regulamentação da EC 29. Durante caminhada pela Esplanada dos Ministérios, cerca de três mil manifestantes criticaram, com faixas e cartazes, as políticas públicas do governo federal para a área da saúde. O secretário-geral da conferência, Francisco Batista Júnior, disse que não basta definir os recursos para a saúde. "Se nós conseguirmos mais recursos mas não mudarmos a lógica do financiamento, da gestão, não criarmos uma carreira de profissionais do SUS, o financiamento não vai resolver. O equívoco, na base, se não for corrigido, não viabiliza o sistema". 

História das CNS começou há 70 anos

As Conferências Nacionais de Saúde acontecem há 70 anos. No entanto, no início, o espaço era voltado somente às esferas intergovernamentais. Isso permaneceu até o reconhecimento da saúde, na Constituição Federal de 1988, como um direito de todos e dever do Estado, e com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, as Conferências ocorrem a cada quatro anos e os debates giram em torno dos desafios para a legitimação do Sistema como política pública universal e para a garantia de acesso aos serviços com equidade, integralidade e melhor qualidade. A ampliação das práticas de controle social e a disposição de processos democráticos e participativos de entidades e movimentos sociais também estão no foco das discussões atuais.

(Com informações do site da 14ª CNS, da Agência Brasil e do Ministério da Saúde)

14ª Conferência Nacional de Saúde
30 de novembro a 4 de dezembro
Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Confira a programação completa da 14ª CNS.

(Fotos 14ª CNS: Fabio Rodrigues Pozzebom e Wilson Dias da ABr)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

AIDS Campanha pelo Dia Mundial começa a ser veiculada


O Ministro da Saúde Alexandre Padilha apresentou vídeo durante abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, cujo slogan é “A aids não tem preconceito. Previna-se”
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (1°), durante a abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que o Sistema Único de Saúde (SUS) ajudou a controlar a epidemia de aids no país. De acordo com ele, o SUS, por meio da rede de hemocentros, foi o grande responsável por eliminar a transmissão do vírus HIV pela transfusão de sangue. “Apesar dessa vitória, temos grandes desafios. Um dos maiores é o preconceito. E o Sistema Único de Saúde não pode ser o espaço que reforça o preconceito”, afirmou o ministro.
Para o Ministério da Saúde do Brasil, expor cada vez mais as diferenças para as pessoas é umas melhores formas de se acabar com a discriminação. Por isso, o slogan da campanha alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado neste dia 1º, é “A aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/aids.
O vídeo da campanha, apresentado pelo ministro durante a abertura da conferência, começa a ser exibido hoje em canais abertos de TV e também na MTV. A primeira veiculação do filme da campanha será no intervalo do Jornal Nacional da Rede Globo.
Segundo o MS, houve uma mudança importante na estratégia das campanhas para alcançar mais fortemente a juventude do país. Este ano, os jovens gays – de 15 a 24 anos – são o público prioritário das ações de mobilização. Boletim epidemiológico sobre HIV/Aids, divulgado na última segunda-feira (28), apontou o avanço da doença entre este grupo.
Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays na mesma faixa houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.
DIA MUNDIAL – Em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV.

Mais informações
Assessoria de Imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais:             (61) 3306-7010       / 7016 / 7024 / 7051

OMS, Unicef e ONUAids destacam avanços extraordinários sobre a Aids


O relatório da OMS, ONU Aids e Unicef fixa para 2015 o objetivo Zero Aids, mostrado por voluntários em Taiwan na véspera do Dia Mundial de Combate a doença.
A OMS, a Unicef e a ONU Aids destacaram progressos extraordinários na luta mundial contra o HIV-Aids nos últimos anos, mas se dizem preocupadas pela diminuição do financiamento dos programas nas causas da crise, disse um relatório publicado nesta quarta-feira.
Na véspera do Dia Mundial da Luta contra a Aids, o relatório das organizações da ONU indica que a incidência mundial da infecção do HIV se estabilizou e em muitos países com epidemias gerais começam a diminuir.
O número de pessoas que recebem tratamento antirretroviral continua aumentando e já chegava a 6,65 milhões de pessoas em 2010, acrescenta o relatório.
O texto menciona "progressos extraordinários na resposta do setor da saúde ao HIV ao longo dos últimos dez anos".
"O acesso à prevenção do HIV se desenvolveu de maneira espetacular" nos países de rendas baixa ou médias, diz o documento.
Destacando que o ano de 2011 se caracterizou por um "novo impulso político e por avanços científicos importantes", o relatório fixa para 2015 o objetivo de "nova infecção de HIV zero, discriminação zero e morte por causa da Aids, zero".
Em um relatório inicial, a ONU Aids disse que um número recorde de 34 milhões de pessoas vivia com Aids no mundo em 2010, principalmente por causa do melhor acesso ao tratamento, que contribuiu para reduzir o número de mortes e aumentar a esperança no possível fim da pandemia.
Hoje, cerca de 50% das pessoas soropositivas recebem tratamento, o que salvou 700 mil vidas só no ano de 2010.
Outro progresso: o número de novas infecções registrou seu nível mais baixo desde 1997, 2,7 milhões, ou seja, uma diminuição de 21% em relação ao máximo de 1997.
O informe conjunto da OMS, ONU Aids e Unicef enfatiza que "o que foi considerado como completamente irreal há alguns anos, passou ao domínio do real, do possível".
"No entanto, as pressões financeiras sobre os orçamentos das ajudas nacionais e estrangeiras fazem pairar uma ameaça sobre os progressos impressionantes realizados até o presente", alerta o relatório.

Fonte:  Por Patrick Lin | AFP