terça-feira, 24 de abril de 2012

SUS dá início à campanha de vacinação contra a gripe


Meta do Ministério da Saúde é imunizar 80% do público-alvo, que é de 30,1 milhões de pessoas. Em 2011, mortalidade por influenza H1N1 teve queda de 64,1%.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, apresentaram, nesta terça-feira (24), a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Em sua 14ª edição, a ação visa imunizar 80% do público-alvo de 30,1 milhões de pessoas, entre idosos, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos de idade, profissionais de saúde e indígenas.

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Em 2011, quando foram incluídos gestantes, crianças e indígenas no público-alvo, houve redução de 64,1% nas mortes por agravamento da gripe H1N1 – foram 53 óbitos, contra 148 no ano anterior. Já o número de casos graves notificados teve redução de 44% - de 9.383 para 5.230. A campanha imunizou 25,134 milhões de pessoas – 84,1% do público total de 29,918 milhões.
Segundo o ministro Padilha, “duas medidas - a ampliação do público-alvo da campanha e o maior acesso ao medicamento – possibilitaram a redução, cada vez maior, dos casos graves e dos óbitos pelo vírus da gripe”. No ano passado, o Ministério da Saúde estendeu a distribuição do antiviral oseltamivir a todas as pessoas de grupos vulneráveis que apresentam síndrome gripal.
Entre 5 e 25 de maio, 65 mil postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) estarão preparados para imunizar a população. No próximo dia 5, acontecerá o Dia D de mobilização nacional, com postos funcionando das 8h às 17h. A campanha será realizada em parceria do Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de todo o país.  Seu principal objetivo é reduzir a mortalidade, as complicações e as internações que ocorrem em consequência das infecções pelo vírus da influenza nesta população.
A vacina protege contra os três principais vírus que circulam no hemisfério Sul, entre eles o da influenza A (H1N1), como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A vacinação é a consolidação da proteção dos novos grupos incluídos no ano passado. A vacina se destina a proteger os públicos mais vulneráveis, para evitar a forma mais grave e os óbitos”, explicou Barbosa.
Para a campanha, o Ministério da Saúde distribuiu 31,1 milhões de doses da vacina e repassou R$ 24,7 milhões do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais. Estes recursos serão usados para custear a infraestrutura das campanhas, a aquisição de seringas e agulhas, o deslocamento das equipes e o material informativo distribuído. Cerca de 240 mil profissionais do SUS estarão envolvidos na ação, que também contará com 27 mil veículos.
Das doses distribuídas neste ano, 96% foram produzidas no Brasil. “Isso é fruto da transferência de tecnologia e a capacitação dos nossos laboratórios públicos para que o Brasil seja cada vez mais soberano na produção das vacinas e ser tornar um polo de exportação”, disse Padilha.
Como a vacina deste ano tem a mesma composição da distribuída no ano passado, pais e responsáveis devem estar atentos para a vacinação de crianças de seis meses e dois anos de idade. As que tomaram a vacina no ano passado devem tomar apenas uma dose neste ano. Já as que se vacinarão pela primeira vez precisam receber duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. De acordo com Padilha, “no Brasil, a adesão à campanha é consistente porque as pessoas reconhecem a imunização como algo que pode melhorar a sua qualidade de vida”.
POPULAÇÃO PRISIONAL – Pela primeira vez, as cerca de 500 mil pessoas que estão cumprindo pena em presídios também estarão cobertas pela campanha. A iniciativa faz parte do Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário, executado em parceria entre os ministérios da Saúde e da Justiça.
Um de seus objetivos é garantir o direito à saúde dos presidiários, população que está mais vulnerável a doenças respiratórias e pulmonares, devido às condições de habitação e confinamento.
“Acreditamos que ao proteger a população prisional, que tem altíssimo contágio, bloqueamos a cadeia de transmissão para familiares, visitantes e profissionais que fazem atendimento a estas pessoas”, avalia Padilha.
A escolha dos grupos a serem vacinados é definida com base em estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
REAÇÕES - A vacina não é recomendável para quem tem alergia à proteína do ovo – usada na sua fabricação – ou para quem teve reações adversas a doses anteriores. Em casos de doenças agudas e febris ou de pacientes com doenças neurológicas, é aconselhavél a busca de avaliação médica.  Quem pretende doar sangue deve aguardar 48 horas após a dose para realizar a doação.
A Organização Mundial da Saúde estima que existe no mundo cerca de 1,2 bilhão de pessoas com risco elevado de contrair gripe com complicações, sendo 385 milhões de idosos acima de 65 anos de idade, 140 milhões de crianças, e 700 milhões de crianças e adultos com doenças crônicas. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e 39% a 75% a mortalidade global. Entre os residentes em lares de idosos, a vacinação pode diminuir em 60% o risco de pneumonia e em cerca de 50% a 68% o risco global de hospitalização, respectivamente.

Tabela 1. Campanha de vacinação contra influenza 2012
UF
População alvo
Meta
Nº de doses
Valor repassado
RO
201.197
160.958
221.320
325.427,21
AC
109.839
87.871
120.820
175.501,90
AM
575.851
460.681
633.440
924.039,33
RR
103.984
83.187
114.380
166.500,20
PA
981.116
784.892
1.079.230
1.585.528,37
AP
82.397
65.918
90.640
133.527,52
TO
202.028
161.622
222.230
325.293,02
NORTE
2.256.412
1.805.129
2.482.060
3.635.817,55
MA
962.633
770.106
1.058.900
1.546.613,07
PI
487.684
390.147
536.450
427.989,31
CE
1.312.299
1.049.839
1.443.530
1.150.889,77
RN
484.283
387.426
532.710
424.650,73
PB
636.506
509.205
700.160
559.304,73
PE
1.378.588
1.102.870
1.516.450
1.209.307,77
AL
452.909
362.327
498.200
403.278,21
SE
294.579
235.663
324.040
259.529,62
BA
2.157.933
1.726.346
2.373.730
1.890.908,60
NORDESTE
8.167.412
6.533.930
8.984.170
7.872.471,81
MG
3.088.981
2.471.185
3.397.880
2.696.927,91
ES
526.586
421.269
579.250
461.358,38
RJ
2.773.556
2.218.844
3.050.910
2.418.412,84
SP
6.826.932
5.461.545
7.509.630
3.452.005,25
SUDESTE
13.216.055
10.572.844
14.537.670
9.028.704,38
PR
1.658.765
1.327.012
1.824.640
838.899,75
SC
915.644
732.515
1.007.210
463.122,31
RS
1.918.606
1.534.885
2.110.470
965.070,91
SUL
4.493.014
3.594.411
4.942.320
2.267.092,97
MS
426.995
341.596
469.700
373.807,49
MT
425.074
340.059
467.580
680.264,03
GO
835.771
668.617
919.350
733.587,58
DF
322.525
258.020
354.780
164.962,83
C.OESTE
2.010.364
1.608.291
2.211.410
1.952.621,93
BRASIL
30.143.256
24.114.605
33.157.630
24.756.709
 Fonte: CGPNI/SVS/MS


Por Mauren Rojahn e Amanda Costa, da Agência Saúde

sábado, 14 de abril de 2012

Consumo de bebida alcoólica aumenta com escolaridade

Pesquisa do Ministério da Saúde revela que consumo exagerado é maior entre os homens e concentrado na faixa etária dos 18 aos 34 anos

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que o consumo abusivo de bebida alcoólica (ingestão em uma mesma ocasião de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais doses para homens), dentro de um período de 30 dias, foi maior entre as pessoas com mais de 12 anos de estudo (20,1%) do que entre os que estudaram até oito anos (15,9%). Entre as mulheres, a diferença foi ainda mais considerável, variando de 11,9% para as mulheres com 12 ou mais anos de estudo a 7,6% para aquelas com até oito anos de estudo.

Os números são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011). O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.

De acordo com a pesquisa, ao considerar a população em geral, sem distinção de sexo, a frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no período de 30 dias foi de 17%. A proporção entre os homens é quase três vezes maior (26,2%) do que em mulheres (9,1%). O percentual nacional não sofreu variação desde a primeira edição da pesquisa realizada em 2006.

Os números também apresentaram diferença em relação à idade. A frequência de consumo abusivo de bebida alcoólica foi maior entre os jovens de 18 a 24 anos (20,5%). Na população com idade a partir de 65 anos essa proporção é de apenas 4,3%.

Em relação às diferenças entre os sexos, observa-se que o percentual de homens com idade entre 18 a 24 anos que relataram consumo abusivo de álcool (30,3%) é quase três vezes maior do que quando comparados às mulheres nesta mesma faixa etária (11,5%).

AÇÕES PARA REDUZIR O CONSUMO – O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, lançado em abril de 2011, com metas até 2022, traz ações de promoção à saúde e prevenção do uso prejudicial do álcool.

Dentre as ações propostas estão o apoio ao aumento da fiscalização do comércio ilegal de venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e o fortalecimento das ações educativas previstas no Programa Saúde na Escola (PSE) voltadas para a redução do uso de álcool entre as crianças e adolescentes.

Pretende-se também articular a rede de cuidado da Assistência Social (CRAS, CREAS) e equipes de apoio para o cuidado aos usuários dependentes de álcool, apoiar o aumento dos impostos sobre bebidas alcoólicas e monitorar a publicidade e propaganda de bebidas alcoólicas. Prato do brasileiro tem dieta rica em gordura. Pesquisa do Ministério da Saúde detalhou hábitos do brasileiro à mesa: poucas frutas e hortaliças A população brasileira se alimenta inadequadamente e consome gordura saturada em excesso: 34,6% não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (56,9%) bebe leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fiéis, 29,8% dos brasileiros tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana.


Por Fabiane Schmidt e Vanessa Teles, da Agência Saúde.

Quase metade da população brasileira está acima do peso


Percentual da população acima do peso e de obesos aumentou nos últimos seis anos. O desafio do Ministério da Saúde é estacionar a tendência de crescimento nos próximos dez anos

O excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil, é o que aponta o mais recente levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

Confira a apresentação do estudo (ppt).

Veja tabela com dados sobre excesso de peso e obesidade.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o resultado desse levantamento mostra que é necessário continuar investindo em ações preventivas, sobretudo aos mais jovens. “Com o resultado desse levantamento nós conseguimos resultados que permitem aprimorar nossas políticas públicas, que são essenciais para prevenir uma geração de pessoas com excesso de peso”, disse o ministro durante o anúncio, nesta terça-feira (10), dos resultados da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.

O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.

O aumento das porcentagens de pessoas obesas e com excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Agora, as proporções subiram para 52,6% e 44,7 %, respectivamente.

O problema do excesso de peso entre os homens começa cedo. Entre os 18 e 24 anos, 29,4% já estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) – razão entre o peso e o quadrado da altura – maior ou superior a 25 Kg/m², ou seja, acima do peso ideal. Já a proporção em homens com diferença etária de apenas 10 anos (idades entre 25 e 34 anos) quase dobra, atingindo 55% da população masculina. Na faixa etária de 35 a 45 anos, a porcentagem alcança 63% dos homens brasileiros.

EXCESSO DE PESO É MAIOR COM O PASSAR DOS ANOS – O envelhecimento também tem forte influência nos indicativos femininos. Um quarto das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso (25,4%). A proporção aumenta 14 pontos percentuais na próxima faixa etária (25 a 34 anos de idade), atingindo 39,9% das mulheres, e mais que dobra entre as brasileiras de 45 a 54 anos (55,9%).

O aumento exponencial dos percentuais de obesidade em curto espaço de tempo também assusta. Se entre os homens de 18 a 24 anos, apenas 6,3% são obesos, entre os de 25 e 34 anos, a frequência de obesidade quase triplica (17,2%).

Considerando somente a população feminina, há um aumento de cerca de 6% a cada diferença etária de 10 anos, até chegar aos 55 anos. Entre as brasileiras com idade entre os 18 e 24 anos, 6,9% são obesas. O percentual quase dobra entre as mulheres de 25 e 34 anos (12,4%) e quase triplica (17,1%) entre 35 e 44 anos. A frequência de obesidade se mantém estável após os 45 anos de idade, porém em um patamar elevado, atingindo cerca de um quarto das mulheres.

COMBATE À OBESIDADE – A obesidade é um forte fator de risco para saúde e tem forte relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos

Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é parar o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade. Para enfrentar este desafio, que começa na mesa, o Ministério da Saúde tem investido em promoção de hábitos saudáveis e firmado parcerias com o setor privado e com outras pastas do governo.

O consumo excessivo de sal, por exemplo, é apontado como fator de risco para a hipertensão arterial. Para diminuir o consumo de sódio entre a população, o Ministério da Saúde firmou acordo voluntário com a indústria alimentícia que prevê a diminuição, gradual, do uso do sódio em 16 categorias de alimentos.

As metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2014 e aprofundadas até 2016. O pão francês, as massas instantâneas e a maionese são alguns dos alimentos que vão sofrer redução de sal.

SEDENTARISMO DIMINUI E HOMENS SÃO OS MAIS ATIVOS – O relatório também apresenta dados sobre a prática de atividades físicas. Os homens são mais ativos: 39,6% se exercitam regularmente. Entre as mulheres, a frequência é 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1%, em 2011. Em 2009, 16% dos homens foram classificados como fisicamente inativos.

No entanto, a tendência percebida é de aumento de sedentários com o aumento da faixa etária. Se 60,1% dos homens entre os 18 e 24 anos praticam exercícios como forma de lazer, este percentual reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Na população feminina, as proporções são semelhantes em todas as faixas etárias, variando entre 24,6% (entre 25 e 45 anos) e 18,9 % (maiores de 65 anos).

A pesquisa também revela que 42,1 % da população com mais de 12 anos de estudo pratica algum tipo de atividade física. O percentual diminui para menos de um quarto da população (24%) para quem estudou até oito anos. A frequência de exercícios físicos no horário de lazer entre mulheres com mais de 12 anos de estudo é o único indicador da população feminina que figura acima da média nacional (33,9%).

ACADEMIAS DA SAÚDE ESTIMULAM A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA – As ações de promoção à saúde são consideradas estratégicas pelo Ministério da Saúde para a prevenção de doenças crônicas e melhoria da qualidade de vida do brasileiro. O Programa Academia da Saúde, previsto no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil é o carro chefe para induzir o aumento da prática da atividade física na população.

O programa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. A meta é construir 4 mil polos até 2014. Atualmente, há um total de 1.906 polos habilitados para construção, além de 150 academias em 91 municípios que já existiam e estavam de acordo com as normas preconizadas pelo programa, portanto, reconhecidas como Academias da Saúde.

Em 2011, o Ministério da Saúde empenhou R$186,52 milhões para incentivos de construção, dentre os quais R$124,76 milhões são recursos de Programa e R$ 61,76 milhões são recursos provenientes de emenda parlamentar.

Por Fabiane Schmidt e Vanessa Teles, da Agência Saúde.

LEI SECA - Aprovado projeto que amplia provas de embriaguez


A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, o projeto de Lei 5607/09, que autoriza o uso de testemunhos, exame clínico, imagens e vídeos como meios de prova para confirmar a embriaguez de motoristas. A proposta, que agora segue para o Senado, também dobra a multa para quem for pego dirigindo sob influência de álcool ou outras drogas que causam dependência. De acordo com o texto, a multa passará dos atuais R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhou, no plenário da Casa, a votação do projeto. O ministério apoia todas as iniciativas que contribuam para consolidar e fortalecer a fiscalização mais rígida estabelecida pela Lei Seca.
Padilha considerou a medida aprovada pela Câmara essencial para combater a combinação trágica entre o álcool e a direção. “Nossos dados mostram que aquelas capitais que enfrentaram o problema com fiscalização rigorosa por meio da Lei Seca foram justamente aquelas que reduziram o número de acidentes de carro e moto”, afirmou o ministro.
O ministro ressaltou aos deputados sua preocupação com o elevado número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) provocado por acidentes de trânsito. “Chegamos a 155 mil internações em 2011, o que representou um custo de mais de R$ 200 milhões com o primeiro atendimento emergencial com vítimas de trânsito. Com esse dinheiro, nós poderíamos construir 140 UPAs 24 horas, o que daria para atender a mais de 45 mil pessoas por dia, mesmo número de pessoas que morreram em 2010 em decorrência dos acidentes de trânsito”, destacou Padilha.