terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CASOS DE DENGUE NO PAÍS AUMENTAM 190% NO COMEÇO DE 2013



O Ministério da Saúde do Brasil informou nesta segunda-feira (25) que aumentou em 190% os casos notificados de dengue em todo o país. Segundo os números divulgados, entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2013, foram registrados 204.650 casos. No mesmo período de 2012 foram 70.489 notificações.
Os casos de mortes caíram no mesmo período, de acordo com o governo. Foram 33 óbitos entre janeiro e fevereiro deste ano, contra 41 no mesmo período de 2012.
Para o Ministério da Saúde, a elevação na quantidade de casos de dengue se deve à circulação de um novo tipo da doença, o DENV-4, um dos quatro sorotipos existentes no país. Dados indicam que essa cepa foi responsável por 52,6% das amostras verificadas nos casos confirmados.
“Um sorotipo em local onde nunca circulou encontra vários indivíduos suscetíveis. Encontra um país todo suscetível. Atingiu municípios grandes, como Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Uberaba. Isso fez subir o número de casos”, afirmou Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Oito estados concentraram 84,6% do total de casos no começo deste ano: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Espírito Santo.
A pior situação, segundo o governo, ocorre em Mato Grosso do Sul. Enquanto em todo o país a incidência de casos é de 105,5 para cada grupo de 100 mil habitantes, no estado a taxa sobe para 1.677,2 casos a cada 100 mil habitantes. “A mensagem principal é de alerta. Estamos no verão e está tendo transmissão em todos os estados. Temos que redobrar a atenção”, disse Jarbas Barbosa.

Epidemia

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que cinco estados do país vivem uma epidemia de dengue: Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre, Mato Grosso e Tocantins. É considerado estado de epidemia quando há incidência maior do que 300 casos a cada 100 mil habitantes.
“Temos epidemia em estados e municípios do país. Oito estados concentram 83% dos casos nessas primeiras sete semanas do ano. E aqueles lugares que não estão classificados como epidemia não podem reduzir os cuidados”, disse o ministro.

Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mostrou que, em janeiro deste ano, 267 municípios estavam em situação de risco para dengue e 487 em situação de alerta. Foram analisados, ao todo, 983 municípios.
Considerando as capitais, há risco de epidemia em Palmas (TO) e Porto Velho (RO). Estão em situação de alerta Belém (PA), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Recife (PE), Salvador (BA), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Goiânia (GO).

Casos graves e óbitos em queda

O governo divulgou ainda que houve retração na quantidade de casos graves e óbitos em razão da doença;
Entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2013 foram 324 casos graves contra 577 no mesmo período de 2012, número 44% menor.

Foram contabilizados ainda 33 mortes pela doença até fevereiro deste ano — queda de 20% na comparação com o ano anterior, quando 41 pessoas morreram. “Os dados mostram o quanto a luta para reduzir casos de óbito e casos graves é permanente em todo o país”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.
Segundo o governo, a redução nos casos graves e óbitos se deve às medidas adotadas pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, como capacitação de profissionais e reforço na área de vigilância à saúde.

Os sintomas da dengue são os mesmos para os quatro tipos da doença que circulam pelo país: febre alta, dores no corpo e nas articulações, vômitos, manchas vermelhas no corpo, entre outros.
Para Jarbas Barbosa, as famílias devem atentar para a forma de armazenamento da água nas residências. “É possível armazenar água de forma segura. Com menos de 15 minutos, é possível fazer a verificação de seu ambiente. Isso reduz a oferta de criadouros para que o mosquito da dengue não se multiplique.”

Cuidados

Alexandre Padilha destacou, após a divulgação dos números, que a DENV-4 não é mais mortal que os demais tipos. No entanto, ele lembrou que quem já teve algum outro tipo da doença pode desenvolver um caso mais grave ao pegar um sorotipo diferente.
“Toda pessoa que já teve algum tipo de dengue, se pegar outro tem chance maior de desenvolver doença grave”, lembrou. Segundo Padilha, as pessoas que já tiveram dengue devem procurar o serviço de saúde o mais rápido possível no caso de sintomas da doença.


Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ministério da Saúde alerta sobre a situação epidemiológica da coqueluche no Brasil


A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória, distribuição universal, imunoprevenível e de notificação obrigatória. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios), e se caracteriza por paroxismos de tosse seca.
A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, por meio de eliminação de gotículas de secreção de orofaringe eliminadas ao tossir, falar ou espirrar. É raro, mas a transmissão também pode ocorrer por objetos contaminados com secreções do doente.  O agente etiológico da coqueluche é a bactéria Bordetella pertussis, bacilo gram-negativo, aeróbico, não esporulado, tendo o homem como principal reservatório.
A confirmação diagnóstica da coqueluche, conforme preconizado pelo Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, é feita pelo critério laboratorial, por meio da cultura da bactéria Bordetella pertussis ou pelo isolamento por técnica de PCR(Reação de Cadeia de Polimerase). Tem-se observado elevado índice de culturas negativas dentre os casos notificados, o que pode estar relacionado ao uso de antibioticoterapia prévia ou a falhas nas técnicas de coleta, acondicionamento e transporte das amostras.
A confirmação também pode ser feita pelo critério clínico ou clínico-epidemiológico. O critério clínico pode considerar, além das manifestações clínicas, o resultado do hemograma. Na fase catarral da doença, os casos exibem um aumento significativo do número de leucócitos (leucocitose) e linfócitos (linfocitose), podendo chegar a 20.000 e 10.000 células/mm3, respectivamente. Enquanto a presença de linfocitose e leucocitose conferem forte suspeita clínica de coqueluche, sua ausência não exclui o diagnóstico da doença, devendo ser levado em conta o quadro clínico e laboratorial individual.
A principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinaçãodos suscetíveis na rotina das unidades básicas de saúde, sendo preconizada no Calendário Básico de Vacinação do  Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde a vacina pentavalente (que oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B), indicada para imunização ativa de crianças a partir de dois meses de idade, em esquema de três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses.
Outras medidas de prevenção e controle podem ser adotadas: controle da fonte de infecção para os casos hospitalizados e não hospitalizados, quimioprofilaxia dos comunicantes e ações de educação em saúde. Define-se como comunicante qualquer pessoa exposta a contato íntimo prolongado com um caso de coqueluche, no período de até 21 dias antes do início dos sintomas do caso.
O cenário epidemiológico da coqueluche no Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos (Gráfico 1), resultado da ampliação das coberturas vacinais de tetravalente e DPT. Naquela década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de 70% e a incidência era 10,6/100 mil habitantes. À medida que as coberturas elevaram-se para valores próximos a 95 e 100%, no período de 1998 a 2000, observou-se que a incidência baixou para 0,9/100 mil habitantes. Com a manutenção das altas coberturas vacinais, observou-se, na última década, variação da incidência de 0,72/100 mil habitantes, em 2004, para 0,32/100 mil habitantes, em 2010.

Gráfico-1 - Coeficiente de incidência por coqueluche e cobertura vacinal com DTP+Hib e DTP. Brasil, 1990-2012*
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

Em meados de 2011, observou-se um aumento súbito do número de casos e, a partir da semana epidemiológica (SE) 30 aquele ano, a incidência ultrapassou o limite superior esperado ao se comparar com o período de 2006 a 2010. Durante todo o ano de 2012, o número de casos por SE manteve acima do esperado.

Gráfico 2 – Diagrama de controle da coqueluche. Brasil, 2011 e 2012*
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

Segundo dados registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados, até a última semana epidemiológica (SE 52) de 2012, 15.428 casos suspeitos de coqueluche no país. Destes, 4.453 (28,9%) foram confirmados, representando um incremento de 97% em relação ao mesmo período de 2011, em que foram confirmados 2.258 casos.
Em relação à distribuição espacial dos casos, a Figura 1 demonstra os estados que apresentaram maior incidência de coqueluche no ano de 2012. Destacam-se o Espírito Santo, com incidência de 20,6 por 100 mil habitantes e o Rio Grande do sul, com 7,2 por 100 mil habitantes.
Figura 1 – Distribuição espacial dos casos de coqueluche. Brasil, 2011 e 2012*
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

A faixa etária que apresenta o maior número de casos e incidência da doença é a dos menores de um ano de idade. Essa faixa etária corresponde a cerca de 70% dos casos de coqueluche no país.

Tabela 1. Incidência e Mortalidade dos casos de coqueluche por faixa etária. Brasil, 2011 e 2012* (por cem mil habitantes)
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

Em relação ao total de casos confirmados de coqueluche entre menores de um ano de idade (2.924) em 2012, observa-se que 85% (2.478/2.924) ocorreu entre menores de seis meses de idade (Gráfico 3). Ressalta-se que a imunidade conferida ao indivíduo é adquirida pela doença ou ao receber a vacinação completa (três doses da DTP + Hib mais dois reforços da DTP)*. No entanto, a eficácia da vacina varia entre 70 e 80%, após o esquema básico e não é vitalícia.  Os menores de seis meses de idade, grupo etário mais atingido em todos os anos avaliados, foram os mais suscetíveis à doença, uma vez que não receberam o esquema básico completo da vacinação (pelo menos três doses da DTP), conforme preconizado no calendário de vacinação da criança do Ministério da Saúde.

*DTP: vacina contra difteria, tétano e coqueluche, administrada como parte da vacina pentavalente, no esquema básico de vacinação, ou como componente, DTP isoladas, nos reforços. 

Gráfico 3- Distribuição de casos de coqueluche, estratificada por faixa etária até um ano de idade. Brasil, 2012*
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

Em 2012, observa-se que menos de 50% dos casos confirmados de coqueluche foram encerrados pelo critério laboratorial (cultura e PCR). Os estados que apresentaram, naquele ano, o maior número de casos confirmados laboratorialmente foram: Sergipe 100% (2/2), São Paulo 85% (777/916), Tocantins 56% (5/9), Santa Catarina 55% (131/240) e Rio Grande do Sul 54% (418/774).
Em 2011 foram registrados 56 óbitos e, em 2012*, 74 (aumento de 32%), conferindo uma letalidade de aproximadamente 2,0 %.

Figura 2- Distribuição de casos de coqueluche por semana epidemiológica. Brasil, 2011 e 2012*
Fonte: Sinan/UVRI/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos à revisão

Sendo assim, o Ministério da Saúde alerta a todos os  profissionais de saúde, da rede pública e privada, quanto ao cenário epidemiológico atual da coqueluche no Brasil e no mundo, e recomenda às equipes de vigilância epidemiológica das Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde para:

- Notificar e investigar, imediatamente, todos os casos (suspeitos e confirmados), com vistas ao diagnóstico precoce, tratamento adequado e adoção de medidas de controle oportunamente;
- Realizar a quimioprofilaxia, conforme preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, nos contatos próximos, imediatamente após a suspeita do caso, com o objetivo de evitar a disseminação da doença.
- Realizar coleta de secreção de nasofaringe para realização de cultura e ou PCR, seguindo os procedimentos preconizados pelo Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde quanto à coleta, ao transporte e ao acondicionamento do material clínico, para o êxito do isolamento e identificação do agente etiológico;
- Avaliar rotineiramente as coberturas vacinais dos menores de seis anos com as vacinas pentavalente e DTP, assim como implementar estratégias de vacinação quando necessário (caso a cobertura vacinal seja inferior a 95%);
- Em situação de surtos de coqueluche, deverão ser encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL/SP), para validação e caracterização de cepas, 100% das amostras positivas e 10% das negativas processadas por cultura pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Verão, alerta para os cuidados com o sol e calor - Recomendação é comer muitas frutas, saladas e ingerir bastante água


O verão é a época mais quente do ano e as pessoas aproveitam as férias para curtirem este clima propício a viagens. Praia, Sol e calor. Combinação perfeita para curtir esta estação.
Mas para que um dia de lazer não termine antecipadamente ou de forma traumática, é necessário adotar alguns cuidados.

Os principais problemas registrados durante esta época do ano, são as infecções intestinais, desidratação e as diarreias, males que são ocasionados pela ingestão de alimentos contaminados ou mal acondicionados e de água não tratada, na maioria dos casos atendidos em consultórios particulares ou nas Unidades de Saúde do SUS.

Para evitar que o verão venha acompanhado de graves problemas de saúde, que podem, inclusive, levar à morte, é necessário seguir algumas recomendações. A mais importante é ingerir muita água, mas sabendo sempre a procedência e averiguando se ela é tratada ou mineral, além de verificar como os alimentos foram preparados seguindo os padrões de higiene e se estão bem guardados, uma vez que o período é muito propício para a proliferação de  microrganismos (bactérias) causadores de infecções e de intoxicações alimentares.

É recomendável que se consuma muitas frutas, saladas e também ingerida muita água, principalmente quando se estiver bebendo cerveja ou outra bebida alcoólica.
Cuidados especiais devem ser tomados em relação ao consumo de alimentos em praias e clubes, incluindo os vendidos por ambulantes ou em bares e restaurantes, que devem ser bem refrigerados e colocados em isopor com gelo produzido com água tratada e mineral.  No caso de alimentos quentes, eles devem estar acondicionados em bolsas térmicas.
Como nesta época do ano aumenta o risco de se contrair diarreias, torna-se fundamental, para se evitar a doença colocar em prática alguns cuidados como consumir água fervida, filtrada ou clorada utilizando o hipoclorito de sódio a 2,5% de forma adequada, em se tratando da população sem acesso a água potável; higiene pessoal, principalmente em levar bem as mãos; descartar alimentos que entraram em contato com água contaminada; acondicionar o lixo em recipientes fechados; e realizar limpeza e desinfecção periódica das caixas d’água, entre outras medidas.

A desidratação, comum no verão quando não são tomadas as precauções necessárias, tem como principal sintoma a sensação de sede, com boca seca ou pouca salivação. O volume de urina também diminui e, no caso de crianças, ficam rapidamente com os olhinhos fundos. E a prevenção da desidratação requer cuidados simples, como por exemplo, a oferta de líquidos várias vezes ao dia
Nas desidratações leves, o tratamento oral, com a reposição de líquidos através do soro caseiro, é suficiente para deter o processo de perda de água pelo organismo. Mas tem caso do paciente, em quadros mais severos, necessitar de hidratação por soro via venosa.

Precauções gerais

·    - Sempre que possível, evite sair nos horários em que o sol estiver a pino, das 10h às 16h. Prefira sair de manhãzinha ou ao entardecer.
·       - Use filtro solar, sempre.
·         - Evite ficar exposto ao sol, procure caminhar pela sombra.
·         - Prefira uma alimentação leve: frutas suculentas, saladas - e, é claro, um sorvetinho para refrescar.
·         - Mantenha-se hidratado: beba bastante líquido, a toda hora. Nem espere a sede reclamar.
·     - Evite bebidas com cafeína, álcool ou muito açúcar. Eles vão fazer com que você perca ainda mais líquido corporal.
·         - Facilite a transpiração: use roupas folgadas, de tecidos leves e claros.
·        -  Uma boa ideia é incluir um chapéu ou boné no figurino.
·      - Também não se esqueça dos óculos escuros. Mas não adianta ser qualquer um: ele precisa ter proteção ultravioleta total para evitar queimaduras da córnea e da retina, que causam lesões irreversíveis.
·         - Para se refrescar nos momentos mais críticos procure, se puder, um ambiente público (shopping, biblioteca) com ar-condicionado. Mesmo que você não permaneça no local por muito tempo, essa providência vai ajudar a manter seu corpo mais fresco quando você tiver que retornar para o calor.
·         - Mas, para aliviar mesmo, nada melhor do que água. De acordo com suas possibilidades, lave rosto, nuca, braços e mãos, tome uma ducha fria, mergulhe na piscina ou tome um banho de mar.
- Tenha um cuidado ainda maior com bebês e crianças, maiores de 65 anos e pessoas doentes - especialmente cardíacos ou com pressão alta.