sábado, 3 de dezembro de 2011

Rumos da saúde pública em definição na 14ª Conferência Nacional de Saúde


Fonte: ENSP, em 01/12/2011
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, abriu oficialmente as atividades da 14ª Conferência Nacional de Saúde, nesta quinta-feira (1°/12). Com o tema Todos usam o SUS! SUS na seguridade social, política pública, patrimônio do povo brasileiro, Brasília recebe até o dia 4 de dezembro mais de quatro mil representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores e gestores/prestadores de serviço em saúde para discutir os caminhos da saúde pública para os próximos anos. "A 14ª CNS visa melhorar a atenção básica de saúde no país e a qualidade do atendimento à população. Os usuários do SUS estão em primeiro lugar sempre", afirmou Padilha em sua fala inicial. A Conferência Nacional de Saúde está sendo transmitida ao vivo pela internet, através do Canal Saúde/Fiocruz.

A 14ª CNS tem como eixo temático o Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS. Ao todo, 346 propostas integram o relatório consolidado para votação durante a conferência. O documento é resultado dos relatórios enviados pelos 27 estados, fruto das conferências estaduais e municipais de Saúde realizadas em todo o país. 
Ao todo, 878 propostas foram aprovadas e encaminhadas à Etapa Nacional. As propostas nacionais foram divididas em 15 diretrizes, que tratam de participação social, modelo de gestão, acesso com qualidade, construção de políticas públicas em saúde, entre outras. Divididos em 17 grupos de trabalhos, os delegados vão analisar e votar as propostas. Após a aprovação na Plenária Final da Conferência, será elaborado um relatório com as propostas definidas pelos delegados da 14ª CNS, que devem nortear as políticas de saúde nos próximos quatro anos.

Participantes da 14ª CNS fazem protesto pela regulamentação da Emenda 29

A Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000, que obriga os estados e o Distrito Federal a destinar pelo menos 12% de seu orçamento para a saúde, e os municípios, 15%, foi motivo de manifestação no primeiro dia (30/11) da 14ª CNS. Participantes da Conferência promoveram um movimento para reivindicar a regulamentação da EC 29. Durante caminhada pela Esplanada dos Ministérios, cerca de três mil manifestantes criticaram, com faixas e cartazes, as políticas públicas do governo federal para a área da saúde. O secretário-geral da conferência, Francisco Batista Júnior, disse que não basta definir os recursos para a saúde. "Se nós conseguirmos mais recursos mas não mudarmos a lógica do financiamento, da gestão, não criarmos uma carreira de profissionais do SUS, o financiamento não vai resolver. O equívoco, na base, se não for corrigido, não viabiliza o sistema". 

História das CNS começou há 70 anos

As Conferências Nacionais de Saúde acontecem há 70 anos. No entanto, no início, o espaço era voltado somente às esferas intergovernamentais. Isso permaneceu até o reconhecimento da saúde, na Constituição Federal de 1988, como um direito de todos e dever do Estado, e com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, as Conferências ocorrem a cada quatro anos e os debates giram em torno dos desafios para a legitimação do Sistema como política pública universal e para a garantia de acesso aos serviços com equidade, integralidade e melhor qualidade. A ampliação das práticas de controle social e a disposição de processos democráticos e participativos de entidades e movimentos sociais também estão no foco das discussões atuais.

(Com informações do site da 14ª CNS, da Agência Brasil e do Ministério da Saúde)

14ª Conferência Nacional de Saúde
30 de novembro a 4 de dezembro
Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Confira a programação completa da 14ª CNS.

(Fotos 14ª CNS: Fabio Rodrigues Pozzebom e Wilson Dias da ABr)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

AIDS Campanha pelo Dia Mundial começa a ser veiculada


O Ministro da Saúde Alexandre Padilha apresentou vídeo durante abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, cujo slogan é “A aids não tem preconceito. Previna-se”
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (1°), durante a abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que o Sistema Único de Saúde (SUS) ajudou a controlar a epidemia de aids no país. De acordo com ele, o SUS, por meio da rede de hemocentros, foi o grande responsável por eliminar a transmissão do vírus HIV pela transfusão de sangue. “Apesar dessa vitória, temos grandes desafios. Um dos maiores é o preconceito. E o Sistema Único de Saúde não pode ser o espaço que reforça o preconceito”, afirmou o ministro.
Para o Ministério da Saúde do Brasil, expor cada vez mais as diferenças para as pessoas é umas melhores formas de se acabar com a discriminação. Por isso, o slogan da campanha alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado neste dia 1º, é “A aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/aids.
O vídeo da campanha, apresentado pelo ministro durante a abertura da conferência, começa a ser exibido hoje em canais abertos de TV e também na MTV. A primeira veiculação do filme da campanha será no intervalo do Jornal Nacional da Rede Globo.
Segundo o MS, houve uma mudança importante na estratégia das campanhas para alcançar mais fortemente a juventude do país. Este ano, os jovens gays – de 15 a 24 anos – são o público prioritário das ações de mobilização. Boletim epidemiológico sobre HIV/Aids, divulgado na última segunda-feira (28), apontou o avanço da doença entre este grupo.
Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays na mesma faixa houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.
DIA MUNDIAL – Em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV.

Mais informações
Assessoria de Imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais:             (61) 3306-7010       / 7016 / 7024 / 7051

OMS, Unicef e ONUAids destacam avanços extraordinários sobre a Aids


O relatório da OMS, ONU Aids e Unicef fixa para 2015 o objetivo Zero Aids, mostrado por voluntários em Taiwan na véspera do Dia Mundial de Combate a doença.
A OMS, a Unicef e a ONU Aids destacaram progressos extraordinários na luta mundial contra o HIV-Aids nos últimos anos, mas se dizem preocupadas pela diminuição do financiamento dos programas nas causas da crise, disse um relatório publicado nesta quarta-feira.
Na véspera do Dia Mundial da Luta contra a Aids, o relatório das organizações da ONU indica que a incidência mundial da infecção do HIV se estabilizou e em muitos países com epidemias gerais começam a diminuir.
O número de pessoas que recebem tratamento antirretroviral continua aumentando e já chegava a 6,65 milhões de pessoas em 2010, acrescenta o relatório.
O texto menciona "progressos extraordinários na resposta do setor da saúde ao HIV ao longo dos últimos dez anos".
"O acesso à prevenção do HIV se desenvolveu de maneira espetacular" nos países de rendas baixa ou médias, diz o documento.
Destacando que o ano de 2011 se caracterizou por um "novo impulso político e por avanços científicos importantes", o relatório fixa para 2015 o objetivo de "nova infecção de HIV zero, discriminação zero e morte por causa da Aids, zero".
Em um relatório inicial, a ONU Aids disse que um número recorde de 34 milhões de pessoas vivia com Aids no mundo em 2010, principalmente por causa do melhor acesso ao tratamento, que contribuiu para reduzir o número de mortes e aumentar a esperança no possível fim da pandemia.
Hoje, cerca de 50% das pessoas soropositivas recebem tratamento, o que salvou 700 mil vidas só no ano de 2010.
Outro progresso: o número de novas infecções registrou seu nível mais baixo desde 1997, 2,7 milhões, ou seja, uma diminuição de 21% em relação ao máximo de 1997.
O informe conjunto da OMS, ONU Aids e Unicef enfatiza que "o que foi considerado como completamente irreal há alguns anos, passou ao domínio do real, do possível".
"No entanto, as pressões financeiras sobre os orçamentos das ajudas nacionais e estrangeiras fazem pairar uma ameaça sobre os progressos impressionantes realizados até o presente", alerta o relatório.

Fonte:  Por Patrick Lin | AFP 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sete cuidados para prevenir o câncer - Especialistas indicam hábitos capazes de evitar os tipos mais comuns da doença


O tratamento contra o câncer é um dos mais desgastantes. Família e paciente sofrem durante meses, às vezes por vários anos, até controlar a doença. Fatores genéticos são historicamente conhecidos como causas do problema, a novidade da Medicina mais recentemente é o peso que seus hábitos têm no desenvolvimento de um tumor. "Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos fazem bem para a saúde de maneira geral e isso inclui a prevenção de vários tipos de câncer", afirma o oncologista Hezio Jadir Fernandes Jr, diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC). "O segredo está em identificar os cuidados específicos para cada tumor".

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, veja as dicas dos especialistas para diminuir os riscos dos principais tipos da doença.

.Câncer de mama 
Tipo de câncer mais comum em mulheres, com exceção do câncer de pele, o câncer de mama corresponde a 28% dos tumores no sexo feminino. Segundo a oncologista Ana Ramalho, coordenadora da divisão de atenção oncológica do INCA, os exames preventivos, como a ressonância da mama e a mamografia, têm um papel importante na prevenção e devem ser feitos uma vez a cada dois anos, após os 40 anos de idade. "Quando a mulher chega aos 50, deve realizar pelo menos um desses exames anualmente, além de fazer o autoexame de toque toda a semana", afirma a especialista. 

Outro hábito simples tem se mostrado eficaz na hora de prevenir o câncer de mama. "Para as mulheres que estão pensando em ter filhos, um bom conselho é amamentar o bebê pelo menos durante o primeiro ano de vida. Estudos mostraram que esse hábito, além de trazer inúmeros benefícios para o bebê, pode diminuir em até 5% as chances de ter câncer de mama", explica. 

Câncer de próstata 
De acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer, o câncer de próstata é o segundo tipo que mais atinge homens, correspondendo a 30% dos casos registrados. "Fazer o exame de toque retal ou ultrassom da próstata, anualmente, a partir dos 40 anos é fundamental", afirma o urologista José Roberto Colombo, especialista do Minha Vida. 

Outra medida apontada pelo o especialista é aumenta a ingestão de tomates, principalmente em versão quente, como no molho vermelho. "O tomate tem uma substância chamada licopeno que, além de dar a cor avermelhada à fruta, também age como preventivo contra o câncer de próstata". 





Câncer de pulmão 
Esse tipo de câncer é o mais comum de todas as neoplasias malignas e apresenta um aumento de 2% ao ano na incidência mundial. "Aproximadamente 90% de pacientes que foram diagnosticados com câncer de pulmão fumam ou já fumaram. Esse dado já mostra que a melhor maneira de se prevenir é não fumar ou largar o cigarro o mais rápido possível", afirma o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, líder da pesquisaCâncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes. 

De acordo com o pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle de Tabagismo do INCA, a região sul do Brasil é onde o câncer de pulmão afeta mais pessoas. "É lá também que o hábito de fumar e consumir outros produtos derivados do tabaco é mais comum", explica.

Colo do útero 
Tirando o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o que apresenta maior percentual de prevenção e cura. "Para diminuir esse tipo de câncer, dois hábitos se mostram bastante eficazes: o uso de preservativos e fazer o exame Papanicolau todos os anos", afirma o oncologista Hezio Jadir Fernandes Jr, diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC). 

Segundo o especialista, o vírus do papiloma humano (HPV), é um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Para se proteger, basta usar preservativos e controlar o número de parceiros sexuais. "O começo da vida sexual está cada vez mais precoce. Isso favorece o aparecimento do vírus do papiloma humano e, consequentemente, o câncer de colo de útero", explica. Como a vacinação contra HPV ainda não está disponível a todos, o uso do preservativo ainda é a melhor forma de prevenção. 

Já o exame Papanicolau é a maneira mais eficiente de encontrar esse tipo de câncer no estado inicial. "Nessa fase, o problema é facilmente tratado. Por isso, as mulheres que tem vida sexual ativa devem fazer esse exame esse exame pelo menos uma vez por ano", explica o oncologista.  

Câncer de pele
Considerando todas as variações possíveis, o câncer de pele é o mais comum, tanto em homens como em mulheres. Por outro lado, ele também é o que possui o maior índice de cura, se descoberto em estágio inicial, e o mais fácil de prevenir. "O câncer de pele está diretamente ligado à exposição demasiada ao sol. Por isso, as duas melhores maneiras de se prevenir estão ligadas a este hábito", explica o dermatologista Claudio Mutti, especialista em cirurgia oncológica pélvica pelo Instituto de Controle do Câncer.

Segundo o dermatologista o protetor solar é o maior aliado na prevenção do câncer de pele. A aplicação deve ser feita cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol e o produto deve ser aplicado no corpo todo, especialmente nas áreas mais expostas ao sol, como face, pescoço, colo e braços. "É nessas áreas que o câncer de pele é mais frequente", explica.

Outra medida importante é evitar sair no período de pico do sol, entre 10 e 16 horas. "Mesmo usando protetor solar, é importante evitar se expor aos raios solares nesse período de sol forte", explica Claudio Mutti.

Cólon e reto
"Uma alimentação balanceada, com baixo teor calórico, rica em frutas, fibras e legumes, associada a hábitos saudáveis como a prática de atividade física, pode reduzir 37% desse tipo de tumor", diz o nutricionista Fábio Gomes, especialista da área de nutrição do INCA. O especialista ainda lembra que a ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas também pode ser um fator de risco para esse tipo de câncer.



Fonte: POR FERNANDO MENEZES

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Brasil fica na 84ª posição em índice de desenvolvimento da ONU

Copenhague, 2 nov (EFE).- O Brasil ficou na 84ª posição (0,718 pontos) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2011, divulgado nessa quarta-feira pela ONU, que mais uma vez foi liderado pela Noruega e teve na sua última posição um país africano, a República Democrática do Congo.
Austrália, Holanda, EUA, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda, Liechtenstein, Alemanha e Suécia seguem nas primeiras colocações após a Noruega.
O índice, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Copenhague, é uma maneira padronizada de avaliação e leva em conta riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer de cada país.
A lista inclui 187 nações (18 a mais do que no ano passado). Os melhores classificados na América Latina foram Chile (44º), Argentina (45º), Uruguai (48º) e Cuba (51º).
Os dez países pior classificados são da África Subsaariana: Guiné, República Centro-Africana, Serra Leoa, Burkina Faso, Libéria, Chade, Moçambique, Burundi, Níger e a República Democrática do Congo.
A comparação com os últimos cinco anos mostra que as nações que mais subiram no ranking foram Cuba, dez posições, e Venezuela e Tanzânia, sete. O Brasil melhorou uma colocação.
Os países que mais caíram foram Kuwait e Finlândia, que perderam oito e sete posições, respectivamente.
Se ao invés do IDH foi usado outro tipo de avaliação, o IDH-D, que leva em conta desigualdades internas, a Noruega continua na primeira colocação. Mas países como os EUA caem para o 23º lugar. Suécia e Dinamarca, ao contrário, são nações que sobem se for usado esse índice.
"O IDH ajustado às desigualdades ajuda a avaliar melhor os níveis de desenvolvimento de todos os segmentos da sociedade, e não apenas do cidadão médio", disse em comunicado Milorad Kovacevic, responsável pelas estatísticas do relatório.
O relatório final da ONU sobre o índice aponta que a receita da maioria dos países do mundo piorou e que a América Latina é a região mais desigual. Se for usado o IDH-D, no entanto, a África Subsaariana e o sul da Ásia são os locais mais pobres.
O Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), uma das classificações complementares criadas pelo Pnud, é liderado por Suécia, Holanda e Dinamarca. E nas últimas posições estão o Níger, Chade e Iêmen.
Outra lista complementar é o Índice de Pobreza Multidimensional (IMP), que avalia fatores como o acesso a água potável, combustível e serviços de saúde, assim como artigos domésticos e padrão domiciliar.
Mais de 1.700 bilhão de pessoas em 109 países viviam em pobreza "multidimensional" no final da década passada, segundo o relatório. EFE
alc/dk
Fonte: EFE

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O massacre da tarja preta

É um massacre da tarja preta contra crianças e adolescentes brasileiros, levados a tomar desnecessariamente remédios para supostos distúrbios psicológicos. Esta intoxicação tem respaldo de médicos, psicólogos, pais e professores.
                                                                 Adams carvalho
Em maio de 2011 a Folha de são Paulo publicou a descoberta de psiquiatras e neurologistas da USP, Unicamp e do Albert Einsten College of  Medicine (EUA): 75% das crianças e adolescentes brasileiros que usam medicamentos tarja preta foram diagnosticados erroneamente como portadores do chamado TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade). A pesquisa foi apresentada no final de maio durante congresso na Alemanha.

Este abuso bioquímico para controlar atitudes de crianças e adolescentes revela como os adultos têm dificuldade de entender e lidar com as novas gerações e até entende o mundo em que vivemos.

Vivi-se num ritmo hiperativo d produção e disseminação de conhecimento. Por conta das redes digitais, as crianças e os adolescentes já nascem conectados  e com um pé no mundo. São bombardeados por informações e se sentem aptos a compartilhar e interferir sobre o que veem, ouvem ou sentem. Na era das mídias sociais, todos somos, em certo grau, comunicadores lidando simultaneamente com uma multiplicidade de dados e estímulos,

Saiu recentemente um livro intitulado "Blur" (desfocado em inglês) escrito por Bill Novak, ex-jornalista do "New York" e diretor de um centro de estudos de jornalismo em Harvard, em que se afirma o seguinte: "Em tês anos se produziu no século 21 mais do que nos últimos 300 mil anos."

É nesses ambiente que as crianças nascem e são treinadas, quase desde o berço, a jogar videogames cada vez mais velozes e complexos, o que, para muitos cientistas, desenvolve as habilidades cognitivas.

Esse universo hiperativo  do virtual valoriza o presente, o agora, o já, tudo imediato, e se esvai com a velocidade de um novo aplicativo. Muito mais difícil ensinar coisas que não têm sentido imediato e que envolvem complexidades.

Existem até novas reações cerebrais Mas tanta luminosidade das máquinas acaba gerando problemas. Existem evidências científicas mostrando que ficar de noite na frente da luz do computador atrapalha o sono, mexendo nos hormônios. O relógio biológico da adolescência já é naturalmente diferente; o computador está tornando acordar cedo ainda mais complicado.

Por que um estudante acostumado com a interatividade e compartilhamento de informações, ficará tranquilo numa sala de aula com baixa interatividade, ouvindo o professor despejar conteúdos que não lhe fazem sentido?

Interessante que o Conselho Nacional de Educação tenha lançado, recentemente, novas diretrizes para que o ensino médio seja estruturado em quatro eixos: cultura, ciência, tecnologia e trabalho. Além disso, parte das aulas pode ser dada a distância.
É um ensaio de ruptura com o obsoleto. Lembremos que a escola como conhecemos foi criada exatamente no tempo das chaminés, mirando-se na estrutura das indústrias, compartimentalizadas em departamentos separados. Até a sirene veio dali.  O que se discute hoje é até que ponto os sistemas de avaliação, evidentemente necessários, não estão baseados na era da chaminé.

Até as universidades mais sofisticadas do mundo estão mudando suas práticas para cultivar seus alunos, estimulando mais a experimentação, montagem de projetos e trabalho em equipe. São desenvolvidos laboratórios apenas para desenvolver o empreendedorismo. Não são poucos os ícones da inovação que não conseguiram acabar seus curso como Steve Jobs, falecido recentemente, Paul Allen, Mark Zuckerberg, e por aí vai.

Minha suspeita é de que essa medicação de tarja preta não seja uma solução para tratar um problema que, em muitos casos, é real, mas sim para colocar a disciplina acima da criatividade.

Como dizia Einstein, apontado como portador de distúrbio de atenção, para quem educar é estimular a imaginação ("mais importante do que o conhecimento é a imaginação"), loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Quem sabe se ele nascesse hoje não seria mais um medicado com tarja preta.

Fonte: Gilberto Dimenstein - Folha de São Paulo -08/05/2011





sábado, 29 de outubro de 2011

Anfetaminas sairão do mercado em menos de 2 meses


Está publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10/10) a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a venda de medicamentos inibidores de apetite a base de anfepramona, femproporex e mazindol no Brasil. Conforme a Resolução RDC 52/2011 da Agência, esses medicamentos serão retirados do mercado nacional em 60 dias.

A norma da Anvisa também apresenta novas restrições para medicamentos a base de sibutramina.  Entre as novidades, está a obrigatoriedade dos profissionais de saúde, empresas detentoras de registro e farmácias e drogarias de notificarem, obrigatoriamente, o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária sobre casos de efeitos adversos relacionados ao uso de medicamentos que contém sibutramina.

Além disso, no momento da prescrição, os profissionais de saúde e pacientes deverão assinar um termo de responsabilidade. Esse termo aponta os casos em que o uso desse medicamento é contra-indicado e os riscos aos quais os pacientes que utilizarão medicamentos a base de sibutramina estarão submetidos.

O termo de responsabilidade será preenchido em três vias. Uma via ficará arquivada no prontuário do paciente, uma via será arquivada na farmácia ou drogaria dispensadora  e a outra ficará mantida com o paciente.

Além disso, as empresas que possuem registro de medicamentos à base de sibutramina terão 60 dias para encaminharem à Anvisa um plano de farmacovigilância  para minimização de riscos  de uso do medicamento.  Com base nesse plano, a Anvisa reavaliará, em 12 meses, a segurança de uso dos medicamentos a base de sibutramina.

Confira aqui a íntegra da Resolução RDC 52/2011 da Anvisa.

Fonte: Imprensa/Anvisa
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Pesquisa aponta que 80% dos brasileiros presenciaram algum tipo de violência no último ano



Cerca de 80% dos brasileiros presenciaram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, segundo o estudo Retratos da Sociedade Brasileira: Segurança Pública, divulgado na quarta-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Desse total, 30% sofreram diretamente com a violência. As ocorrências mais comuns são o consumo de drogas na rua e pessoas sendo presas ou agredidas.

Diante do aumento da criminalidade, 45% dos entrevistados aumentaram os cuidados com a segurança nos últimos três anos. Além disso, 80% disseram ter mudado hábitos, como evitar andar com dinheiro ou ter mais cuidado ao sair e entrar em casa. O estudo também revelou que a violência tem restringido a circulação das pessoas pelas cidades, pois 54% evitam sair à noite, 48% deixaram de circular por alguns bairros ou ruas e 36% mudaram o trajeto entre a casa e o trabalho.

De acordo com o gerente executivo da CNI, Renato da Fonseca, a violência provoca impactos na vida e nos hábitos da sociedade. “Fica muito claro que as pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade.”

O levantamento também revelou que as Forças Armadas e a Polícia Federal são consideradas as instituições mais eficientes para os brasileiros. Mais de 60% dos entrevistados consideraram ótima a atuação da duas instituições. “As ações de combate à corrupção provavelmente aumentaram a satisfação com a PF”, analisou.

Há grande insatisfação com o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. “Infelizmente a credibilidade do Congresso e do Judiciário não é boa. É ruim uma sociedade que começa a desacreditar nos seus representantes e na Justiça. Isso precisa ser trabalhado”, avaliou Fonseca.

Para 21% dos entrevistados houve evolução do serviço prestado pela polícia de sua cidade nos últimos 12 meses. Para 19%, o serviço piorou. Uma parcela significativa da população (58%) considera que o serviço permaneceu o mesmo. As três principais ações apontadas para promover a melhoria no trabalho dos policiais foram: melhorias nos salários (42%), formação profissional (41%) e punição a atos criminosos (37%).

A pesquisa feita em parceria com o Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios do país entre os dias 28 e 31 de julho deste ano.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Blog do Osmundo: Homens morrem quatro vezes mais no trânsito

Blog do Osmundo: Homens morrem quatro vezes mais no trânsito: No Dia Mundial sem Carro, comemorado no dia 23 de setembro, o Ministério da Saúde do Brasil fez um alerta para a necessidade de mudança no ...

Homens morrem quatro vezes mais no trânsito



No Dia Mundial sem Carro, comemorado no dia 23 de setembro, o Ministério da Saúde do Brasil fez um alerta para a necessidade de mudança no comportamento dos condutores, especialmente em relação ao consumo de álcool e velocidade

Há dez anos o Brasil adere ao Dia Mundial sem Carro, movimento internacional que conclama a população a deixar os veículos em casa e refletir sobre comportamentos no trânsito e mobilidade urbana. Além do apelo para o uso de formas alternativas de transporte, o Ministério da Saúde alerta que apesar da redução de 2% das mortes no trânsito de 2009 em relação ao ano anterior, o número de mortes ainda preocupa.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 37.594brasileiros foram vítimas fatais no trânsito do país em 2009, com 679 mortes a menos que em 2008, quando foram registrados 38.273 óbitos. O levantamento do Ministério da Saúde aponta, ainda, que o número de homens que morrem no trânsito é quatro vezes maior do que o de mulheres. Em 2009, 30.631 homens (81,4%) e 6.496 mulheres (18,4%) perderam a vida no trânsito.
As principais vítimas são jovens de 20 a 39 anos, faixa etária de 45,5% (17.128) do total de óbitos em 2009. Desses, 86% (14.776) eram homens. “O homem é mais vulnerável porque está mais exposto, tanto pelo comportamento, em muitas situações, mais agressivo ao dirigir, quanto pela associação com fatores de risco, como o excesso de velocidade e associação entre álcool e direção”, analisa Marta Silva, coordenadora de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde. Dados da pesquisa Vigitel 2010, sobre indicadores de saúde do brasileiro, mostram que 3,0% dos homens entrevistados afirmaram ter dirigido após o consumo abusivo de bebida alcoólica, enquanto entre as mulheres esse percentual foi de 0,2%.
Marta acrescenta que, aliado ao consumo de bebidas alcoólicas e à alta velocidade, soma-se o aumento da frota, especialmente de motocicletas, meio de transporte utilizado por 9.268 dos 37.594 mil brasileiros que perderam a vida no trânsito em 2009, o que equivale a 24,6% do total de óbitos naquele ano.
Comparando 2009 com 2008 houve um aumento de 4% na mortalidade envolvendo motociclistas. No ano anterior, foram 8.898 vítimas. O Brasil registra uma frota motorizada de 66.116.077 de veículos, dos quais 57% são automóveis. As motos, motonetas e ciclomotores representam 26% da frota nacional, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de março de 2011. Entre pedestres houve redução de 7% comparando os anos de 2008 com 2009.
NO MUNDO –No cenário mundial, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os recordistas em mortes no trânsito, atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia segundo o Informe Mundial sobre a Situação de Segurança no Trânsito, publicado em 2009. A estimativa da OMS é que, em todo o mundo, cerca de 1,3 milhões de pessoas perdem suas vidas anualmente no trânsito e cerca de 50 milhões sobrevivem feridas. O custo global é estimado em US$ 518 bilhões por ano; os custos dos acidentes de trânsito já foram estimados em 1% a 2% dos PIB dos países.

Acidentes resultam em 146 mil internações no SUS
 
No Brasil, foram realizadas em 2010 146.060 internações de vítimas dos acidentes no trânsito financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com um custo de aproximadamente R$ 187 milhões. Os homens representaram 78,3% das vítimas (114.285), enquanto as mulheres, 21,7%. Do total de vítimas, 69.606 estavam em motocicletas e provocaram um impacto de R$ 85,6 milhões no SUS.
 
No que se refere ao atendimento às vítimas de acidentes no trânsito, o Ministério da Saúde está reorganizando a rede de atenção às urgências do Sistema Único de Saúde, por meio do programa Saúde Toda Hora.  Lançado julho deste ano, o programa tem por objetivo fortalecer a comunicação entre as centrais de regulação, as UPAs e a Unidade Básica de Saúde ou o hospital para tornar o atendimento ainda mais rápido e eficaz, reduzindo mortes ou sequelas ao paciente. Esse formato de funcionamento integrado entre várias unidades de promoção, prevenção e atendimento à saúde é uma das principais características da ação.
 
PREVENÇÃO – Em maio de 2011, os Ministérios das Cidades e da Saúde lançaram o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano de Ação da Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir da iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
O Plano é um conjunto de medidas para contribuir com a redução das taxas de mortalidade e lesões por acidentes de trânsito no país, através da implementação de ações de mobilidade urbana, fiscalização, educação, saúde, infraestrutura e segurança veicular, a curto, médio e longo prazos. “As intervenções no trânsito têm que ser trabalhadas com focos: na mudança de comportamento da população, de modo que todos os usuários do trânsito tenham comportamentos e atitudes mais seguras e saudáveis, assim como a implementação de políticas públicas voltadas para a mobilidade urbana e sustentável, na acessibilidade e na promoção de ambientes e entornos seguros e saudáveis”, adianta Marta. As propostas estão sendo consolidadas.  
 
FAÇA A SUA PARTE
- respeite o limite de velocidade da via;
- use o cinto de segurança;
- use capacete;
- não dirigir após o consumo de bebida alcoólica;
- não falar ao celular enquanto dirige;
- use cadeirinha, assento ou cinto de segurança de acordo com a idade da criança;
- respeite a faixa de pedestre;
- respeite as ciclofaixas para ciclistas;
 
 
AÇÕES E COMPROMISSOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE:
1.         Aprimoramento e Integração das bases de dados dos vários setores (Segurança Pública, Saúde, Transporte/Trânsito e outros) para a produção de análises de tendências e cenários, monitoramento de indicadores e identificação de pontos críticos (áreas quentes) de ocorrências das lesões e mortes no trânsito;
2.         Vigilância dos fatores de risco e proteção relacionados às ocorrências das lesões e mortes no trânsito;
3.         Prevenção de violências e acidentes por meio da Rede Nacional de Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde;
4.         Implementação da Rede de Atenção às Urgências com priorização nas vítimas do trânsito (ênfase em motociclistas);
5.         Apoio aos Estados e Município nas ações educativas, preventivas e de promoção à saúde em articulação com outros setores governamentais e com a sociedade civil, a exemplo do Projeto de Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito e do Projeto Vida no Trânsito;
6.         Advocacy na implementação de leis protetoras da vida e na implementação de espaços seguros e saudáveis;
7.         Desenvolvimento de estudos e pesquisas e a capacitação de recursos humanos, dentre outras ações voltadas para a vigilância e prevenção das lesões e mortes no trânsito.
ÓBITOS POR ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE (ATT)

2007
2008
2009
Total de óbitos por ATT
37.407
38.273
37.594
Pedestres
9.657
9.474
8.799
Ciclistas
1.649
1.615
1.573
Motocicletas
8.078
8.898
9.268
Triciclo
40
41
38
Automóveis
7.982
8.120
8.133
Caminhonetes
291
267
305
Veículos de transporte pesado
767
718
753
Ocupante de ônibus
183
179
177
Outros
8.760
8.961
8.548