quinta-feira, 30 de junho de 2011

Blog do Osmundo: O Estranho Semmelweis e um mistério milenar

Blog do Osmundo: O Estranho Semmelweis e um mistério milenar: "Em 1847, um espectro rondava a Europa: o da febre puerperal. Vítimas de um mal antigo de 2 mil anos, citados em registros médicos egípcios, ..."

O Estranho Semmelweis e um mistério milenar

Em 1847, um espectro rondava a Europa: o da febre puerperal. Vítimas de um mal antigo de 2 mil anos, citados em registros médicos egípcios, parturientes morriam como moscas nas enfermarias dos grandes hospitais do século 19. Foi um obstetra húngaro nascido em 1818 que fez, aos 29 anos, uma descoberta que figura em lugar de honra entre os feitos da saúde pública: eram as mãos sujas dos médicos que contaminavam as mulheres.

Esta história está contada em A peste dos médicos – Germes, febre pós-parto e a estranha história de Ignác Semmelweis, livro de 164 páginas lançado em 2005 pela Companhia das Letras. O autor é Sherwin B. Nuland, ex-professor de cirurgia da Escola de Medicina de Yale (EUA), onde hoje ensina Ética Médica e História da Medicina.

O médico e escritor Moacyr Scliar diz no prefácio que o autor fala “de uma jovem que vai morrer” com a “paixão de um ficcionista”. De fato, Nuland apresenta o tema ao leitor pelos medos da mocinha em trabalho de parto que caminha quase 800 metros para chegar ao gigantesco Allgemeine Krankenhaus, o Hospital Geral de Viena, e implora para ter o filho na enfermaria da Segunda Divisão, onde seria atendida por parteiras. As amigas da fábrica tinham alertado: na Primeira Divisão, assistidas por estudantes de medicina, as parturientes morriam. A jovem acaba na Primeira.

A descrição da prática médica de professores e alunos é chocante: das salas de dissecação de cadáveres putrefatos saíam todos diretamente para o leito das pacientes, nas quais faziam exame de toque, um após outro, sem lavar as mãos. Em poucos dias as mulheres estavam mortas, e muitos bebês também.

Uma em cada seis parturientes morria de febre pós-parto no Allgemeine Krankenhaus. Na Maternidade Geral de Londres, entre 1833 e 1842, morriam 587 em cada 10 mil; na Maternidade de Paris, entre 1830 e 1834, 547, com pico de 880; 304 no Hospital-Maternidade de Dresden, entre 1825 e 1834. Austrália e América saíam-se um pouco melhor, mas não muito. Havia um sem-número de teorias a respeito, algumas absurdas, outras próximas da realidade. Hoje, quando se sabe que o agente da doença é um estreptococo beta-hemolítico do Grupo A, quase exaspera o leitor acompanhar progressos e retrocessos dos pesquisadores em busca de explicações: a teoria dos germes de Pasteur, Lister e Kock estava apenas em gestação.

Semmelweis, obstetra do Allgemeine Krankenhaus, vivia atormentado, como a maioria dos médicos, pelos surtos da febre. E observou: na divisão das parteiras, que não frequentavam as salas de dissecação, as mortes eram mais raras. Quando um professor morreu da mesma febre, após se cortar com o bisturi numa autópsia, ele concluiu que o mal entrava nas enfermarias pelas mãos dos profissionais. Determinou então que à porta da enfermaria todos lavassem as mãos em solução clorada e escovassem as unhas. Os índices de mortalidade caíram drasticamente. No período 1848-1859, para 35,7 mortes em 1000 na Primeira Divisão (eram 90,2 entre 1832-1847). Mesmo na Segunda Divisão baixou para 30,6, frente aos 33,8 anteriores.

                                           Semmelweis e a queda na mortalidade materna após a lavagem das mãos*.

Foi dramático para a classe médica admitir que vinha matando pacientes. Um obstetra se suicidou ao entender que contaminara a sobrinha na sala de parto. Mesmo tendo conquistado aliados importantes, a teoria de Semmelweis ganhou inimigos influentes, que a trataram pejorativamente de “envenenamento por cadáveres”. Foram necessários 32 anos para que finalmente Louis Pasteur interrompesse a lengalenga de um orador num congresso médico na Paris de 1879, desenhasse os estreptococos num quadro-negro e decretasse: “É o médico e sua equipe que transportam o micróbio da mulher doente para a sadia.”

O “estranho” na história de Semmelweis é que ele curiosamente não seguiu os passos lógicos de um epidemiologista. Não publicou suas conclusões em revistas científicas, para compartilhar achados, buscar credibilidade e apoio: deixou esse trabalho a cargo de amigos e acabou mal compreendido. Voou alto a partir da observação, mas não levou sua teoria a ensaios de laboratório para confirmação. Foi brilhante ao exigir escovação das unhas por concentrarem as “partículas” mortais, mas não recorreu ao microscópio para “vê-las” – embora um professor de Anatomia amigo seu vivesse debruçado sobre esta ferramenta poderosa.
 
E a época não poderia ser melhor para iniciativas inovadoras: eram tempos de revoluções na Europa, de literatura transformadora, de pioneiros abrindo portas na medicina. Semmelweis, porém, fechou-se em suas certezas. Tornou-se paranóico e irascível a ponto de abandonar Viena e voltar à Hungria natal. Deserção, ressentiram-se os amigos. No ostracismo, mente deteriorada, acabou num “asilo de loucos”, onde morreu aos 47 anos, espancado por funcionários. Nuland afirma que ele sofria da doença de Alzheimer, e não de sífilis, como quer a maioria dos biógrafos.

Importa pouco a causa da morte de Semmelweis, hoje reconhecido benfeitor da humanidade – bem, não no Allgemeine Krankenhaus. Quando Nuland visitou o hospital pela primeira vez, em 1985, perdeu-se nos corredores e perguntou a vários estudantes onde era a histórica enfermaria de Semmelweis. “Quem?”

Quase como se um aluno do Instituto Oswaldo Cruz não soubesse quem foi seu patrono. No prefácio, Moacyr Scliar inclusive compara as trajetórias de Semmelweis e Oswaldo Cruz (1872-1917), de quem é biógrafo (Coleção Perfis do Rio, Relume-Dumará, 1996). Ambos visionários, ambos combatidos. Felizmente o brasileiro, glorificado em vida, não morreu sozinho num asilo, e sim em casa, de longa doença renal, cercado pela família e os amigos. Mas devem conversar muito, o Dr. Ignác e o Dr. Oswaldo, onde quer que estejam.


Fonte: Marinilda Carvalho – Radis Nº 51 – Novembro de 2006 - Fundação Oswaldo Cruz .

*1. Semmelweis e a queda na mortalidade materna após a lavagem das mãos retirado do documento Semmelweis: uma história para reflexão - Dr. Antonio Tadeu Fernandes.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Médico inglês elogia atendimento do PSF em Belo Horizonte



Publicado em 27/06/2011 14:24:04



O
atendimento na atenção primária no Brasil é mais eficiente que o oferecido na Inglaterra, em termos de abrangência e acompanhamento. A constatação é do médico inglês e especialista em saúde pública Matthew Harris. Ele participou na última semana do simpósio “Orientação Comunitária na Atenção à Saúde”, realizado no auditório da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. O encontro reuniu cerca de 200 profissionais da atenção primária de saúde, com o objetivo de promover a troca de experiências entre os dois países nas áreas de Saúde e Tecnologia.

Para o médico londrino, o modelo brasileiro de medicina da família, baseado no Programa de Saúde da Família (PSF), é um dos principais responsáveis pela redução da mortalidade infantil no país nos últimos anos. Em Belo Horizonte, o PSF possui 545 equipes e uma cobertura de 78% (a maior do país). “Isso mostra que a capital está no caminho certo”, disse Harris.

“Em Londres não existe a figura do médico da família, pois esse profissional atua em diversas áreas da cidade. Com isso não se cria um vínculo entre médico e paciente. Considero o PSF extremamente eficaz, universal e exclusivo. Temos muito para aprender com vocês”, disse Matthew Harris, com a autoridade de quem prestou exame de equivalência para exercer a medicina no Brasil e atendeu, durante três anos, a população da cidade pernambucana de Camaragibe, entre 2000 e 2003.

Ao comparar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) brasileiros com os londrinos, Harris destacou, como fator positivo, o fato desses profissionais, no Brasil, terem vínculo empregatício com os governos municipais. Em Londres, os agentes estão ligados às Organizações Não Governamentais (ONGs) e realizam apenas ações específicas, como controle de doenças crônicas.

Em BH, assim como no restante do país, a função do agente comunitário de saúde é mais ampla. Eles acompanham, por exemplo, o estado nutricional das famílias, cartão de vacinação e quadros agudos de saúde bucal.

Professor da universidade inglesa Imperial College of Science, Technology and Medicine, uma das melhores do mundo nas áreas de engenharia, tecnologia e biomedicina, Harris foi um dos palestrantes do simpósio. O médico inglês falou sobre “Estratégia de Saúde da Família: Lições do Brasil para outros países” e confidenciou que pretende levar o modelo brasileiro do PSF para a Inglaterra.

Apesar dos avanços na capital, o médico inglês disse que a capital precisa avançar mais nas áreas de infraestrutura das unidades de saúde e no sistema de monitoramento. “Continuar com a expansão do PSF também é muito importante”, recomendou ele.

Gestão e tecnologia

A visita do médico inglês faz parte da intenção da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) em assinar um termo de cooperação técnica com a universidade inglesa para modernizar o seu sistema de informática, conhecido como Sisrede. Em contrapartida, Belo Horizonte contribuiria com a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) em Londres.

O Sistema de Informação em Rede (Sisrede) da SMSA está presente em todos os centros de saúde da capital. A plataforma armazena todo o prontuário de atendimento do cidadão, como consultas, exames e entrega de medicamentos. A intenção da secretaria é inserir novos indicadores para avaliar a situação de saúde da população. Entre eles, dados sobre mortalidade infantil, cobertura vacinal das crianças de uma determinada área de abrangência e o acompanhamento de gestantes e crianças menores de um ano. “Essa parceria é importante, pois significa a construção do saber, visando a integração de equipes com o foco no atendimento e gestão eficientes”, disse a secretária municipal adjunta de Saúde, Suzana Rates.

Para o médico da família Daniel Moreira, essa iniciativa agregará valor ao trabalho dos profissionais da rede, uma vez que a tecnologia pode direcionar melhor os esforços da secretaria na prevenção e promoção da saúde.

PSF

O PSF baseia-se em um modelo simplificado – equipes multidisciplinares compostas por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na manutenção da saúde desta comunidade.

ACS

O ACS é o elo entre os profissionais do PSF e a comunidade. Esses profissionais realizam visitas regulares a um determinado número de famílias e possuem várias atribuições, como desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças. Além disso, promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente e traduzir para as equipes de saúde da família a dinâmica social da comunidade, suas necessidades, potencialidades e limites.


-- 
Conselho Distrital de Saúde Leste
Rua Lauro Jaques, 20, 5º andar, Floresta
Telfax: (31) 3277-4955 




Fonte:  Vicentina  = TINA de Divinópolis


031-8591-0977
"O mais importante na vida é a vida"
 "Para ser feliz ligue-se nas coisas naturais e necessárias"

domingo, 26 de junho de 2011

Pesquisa: diabetes mais que dobra e afeta 347 mi no mundo





 O número de adultos com diabetes mais do que dobrou no mundo todo desde 1980, passando a 347 milhões de pessoas, um número muito maior do que se pensava anteriormente e também um indício de que os custos para o tratamento da doença vão subir muito.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela publicação científica The Lancet, uma equipe de pesquisadores internacionais trabalhando com a Organização Mundial de Saúde (OMS) descobriu que as taxas de diabetes aumentaram ou, no mínimo, permaneceram na mesma praticamente em todas as partes do mundo nos últimos 30 anos.
O diabetes está se tornando a epidemia do século e estima-se que boa parte das pessoas que têm diabetes, doença que pode atingir crianças de qualquer idade, desconhece a sua própria condição.
O número estimado de diabéticos é marcantemente maior do que as projeções, segundo as quais seriam 285 milhões em todo o planeta. O estudo constatou que há 347 milhões de diabéticos no mundo, dos quais 138 milhões vivem na China e Índia e outros 36 milhões nos Estados Unidos e Rússia.
A diabetes mais comum, a do tipo 2, é fortemente associada à obesidade e vida sedentária.
"A diabetes está ficando mais comum em quase toda a parte do mundo", disse Majid Ezzati, do Imperial College London, na Grã-Bretanha, que liderou a pesquisa em parceria com Goodarz Danaei, da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos.
"Se não desenvolvermos programas melhores para identificar pessoas com taxas elevadas de açúcar no sangue e ajudá-las a melhorar sua dieta, atividade física e controle de peso, a diabetes vai inevitavelmente continuar a representar um grande fardo para os sistemas de saúde de todo o mundo", acrescentou Danaei, em um comunicado conjunto.
As pessoas com diabetes têm controle inadequado de açúcar no sangue, o que pode provocar graves complicações como doenças cardíacas e derrames, danos aos rins e nervos e cegueira.
Especialistas dizem que taxas elevadas de glicose no sangue causam cerca de 3 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, cifra que continuará a crescer à medida que aumentar a quantidade de pessoas com a doença.
O número de diabéticos se expandiu dramaticamente nas nações-ilha do Pacífico, que atualmente têm a maior proporção de pessoas com a doença. O estudo descobriu que nas Ilhas Marshall um terço de todas as mulheres e um quarto dos homens têm diabetes.
Entre os países ricos, a expansão foi maior na América do Norte e relativamente pequena na Europa Ocidental. Os níveis mais elevados de glicose e de diabetes estão nos Estados Unidos, Groenlândia (território da Dinamarca), Malta, Nova Zelândia e Espanha. Os mais baixos são os da Holanda, Áustria e França.
A região com os menores níveis de glicose é a África subsaariana, seguida do leste e sudeste da Ásia.

Em 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. A data foi definida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), e introduzida no calendário em 1991, como resposta ao alarmante crescimento do diabetes em todo o mundo. 

Em 2007, a Assembléia-Geral da ONU aprovou a Resolução nº 61/225, considerando o diabetes um problema de saúde pública e conclamando os países a divulgarem esse dia como forma de alerta e os governos a definirem políticas e suporte adequados para os portadores da doença. 

Por coincidência, também em 2007, entrou em vigor, no Brasil, a Lei nº 11.347/2006 de autoria do ex-senador José Eduardo Dutra, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos, e materiais necessários à sua aplicação, para o tratamento de portadores de diabetes, reforçando, assim, a garantia constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS) de atendimento universal e equânime. 
A LOGO MUNDIAL
Logo DiabetesO símbolo global do diabetes é o círculo azul. Criado como parte da campanha mundial de conscientização “Unidos pelo Diabetes”, ele foi adotado em 2007. O círculo simboliza a vida e a saúde, e o azul reflete o céu que une todas as nações. A junção do círculo com a cor azul significa a unidade da comunidade global em resposta à epidemia do diabetes e funciona como um estímulo para a união da luta de controle da doença em todas as nações.

Por dois anos consecutivos, a IDF destacou, como foco da campanha, as crianças e os adolescentes, com o objetivo de aumentar a conscientização de pais, cuidadores, professores, profissionais de saúde, governos, políticos e sociedade em geral para um fenômeno mundial preocupante: o diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância.

Segundo a IDF, o diabetes tipo 1 cresce cerca de 3% ao ano em crianças na fase pré-escolar. Já o diabetes tipo 2, antes tido como uma doença de adulto, vem crescendo em taxas alarmantes em crianças e adolescentes, como conseqüência da epidemia mundial de sedentarismo, da obesidade e de maus hábitos de consumo alimentar. Soma-se a esses fatores, os diagnósticos inadequados e tardios com graves conseqüências para a criança.
 



Após a resolução aprovada pela ONU em 2007, entidades mundiais, comunidade global, associações de portadores e entidades científicas ligadas ao diabetes fizeram uma ação para iluminar monumentos e edifícios, em todo o mundo, com ícones em azul para marcar o dia 14 de novembro. Um total de 279 monumentos-ícone foram iluminados com as mensagens da campanha de 2007, que foram vistas por cerca de 1,2 bilhão de pessoas nos cinco continentes. No Brasil, foram 65 monumentos, entre eles o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ); o Elevador Lacerda, em Salvador (BA); o Museu de Arte de São Paulo (MASP), a Santa Casa de Misericórdia e Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo (SP). 

Os prédios iluminados funcionam como sinalizadores de esperança para milhões de portadores de Diabetes em todo o mundo, chamando a atenção de governos e da sociedade para o fato de que a epidemia global da doença não pode mais ser ignorada.
 



Os objetivos específiccos da campanha do Dia Mundial do Diabetes são conscientizar sobre o aumento de casos de diabetes tipo 1 e tipo 2 em jovens e ressaltar a importância do diagnóstico precoce e de educação em diabetes, o que ajudaria a reduzir complicações crônicas e a salvar vidas. 

Incentivar crianças e adolescentes a adquirirem novos hábitos alimentares e a praticarem atividades físicas é uma das importantes tarefas de pais, responsáveis e todos os profissionais envolvidos com a educação. Quando não detectado logo nos primeiros anos de ocorrência, o diabetes pode ser fatal. Pais, familiares, médicos e professores devem conhecer os sintomas para possibilitar o tratamento imediato e evitar complicações da doença.
 




DADOS ESTATÍSTICOS NO BRASIL
No Brasil, de acordo com o Vigitel 2007 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), a ocorrência média de diabetes na população adulta (acima de 18 anos) é de 5,2%, o que representa 6.399.187 de pessoas que confirmaram ser portadoras da doença. 

A prevalência aumenta com a idade: o diabetes atinge 18, 6% da população com idade superior a 65 anos. Veja gráficos abaixo: 


Grafico 1


 POLÍTICA DE ATENÇÃO AO DIABETES NO SUS

INTRODUÇÃO

O diabetes representa um alto índice de morte e incidência da doença, além de ter alto custo social e financeiro para a sociedade e os sistemas de saúde. O reconhecimento desse impacto crescente vem determinando a necessidade dos serviços públicos de saúde se estruturarem adequada e criativamente para conseguir enfrentar o problema com eficácia e eficiência. 

O Ministério da Saúde vêm implementando diversas estratégias de saúde pública, economicamente eficazes, para prevenir o diabetes e suas complicações, por meio do cuidado integral a esse agravo de forma resolutiva e com qualidade. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) possui um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, capacitação de profissionais, vigilância e assistência farmacêutica, além de pesquisas voltadas para o cuidado ao diabetes. São ações pactuadas, financiadas e executadas pelos gestores dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. As ações de assistência são, na maioria, executadas nos municípios, sobretudo por meio da rede básica de Saúde. 

A ênfase na rede básica se dá através de protocolos clínicos, capacitação de profissionais de saúde, assistência farmacêutica com fornecimento gratuito dos medicamentos essenciais, incluindo as insulinas NPH e Regular e também pelo fornecimento de insumos para auto-monitoramento da glicemia capilar (lancetas e seringas para aplicação de insulina). É importante destacar a ampliação do acesso aos serviços de saúde dos portadores de diabetes por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família. 
O SIS-Hiperdia, programa informatizado de cadastro e acompanhamento de portadores de Diabetes e Hipertensão na rede básica de saúde, aponta cerca de 1.900.000 portadores cadastrados e acompanhados na rede básica do SUS. 


ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

O SUS fornece gratuitamente, para a rede básica de saúde, os medicamentos essenciais para o controle do diabetes. O elenco de referência tem financiamento pactuado das três esferas de governo. O Ministério da Saúde repassa recursos para estados e municípios que adquirem e distribuem os medicamentos e insumos necessários, como glicosímetros, fitas reagentes para medida da glicemia capilar, seringas e agulhas para aplicação de insulina. 

O ministério também é responsável pela aquisição e distribuição, para todo o país, das insulinas NPH e Regular, sendo o maior comprador mundial de insulina, de acordo com os dados de aquisição/consumo abaixo:
Aquisição/consumo de insulina
NPH 
• 2003: 5.524.000 fr/amp; 
• 2004: 7.743.780 fr/amp; 
• 2005: 10.700.000 fr/amp; 
• 2006: 11.475.000 fr/amp; 
• 2007: 10.700.000 fr/amp; 
• 2008: 11.656.800 frascos + 902.935 (estoque estratégico). 
Consumo Médio Mensal estimado de 971.400 frascos para a programação 2008/2009; projeção de aumento no consumo para a próxima temporada em torno de 7,6% 
Regular:936.000/ano (2008) 

No contexto da assistência farmacêutica, também não podemos deixar de destacar o Farmácia Popular, programa do governo Federal que funciona como mecanismo de ampliação de acesso a medicamentos. São farmácias e drogarias privadas e cadastradas ao programa que oferecem preços até 90% mais baixos do que os cobrados nos estabelecimentos privados não-cadastrados.

Quantitativo de Medicamentos Vendidos por comprimidos-FP
DIABETES
PRINCIPIO ATIVO
2006
2007
2008
CLORIDRATO DE METFORMINA
28.165.567
109.389.678
118.558.548
GLIBENCLAMIDA
6.884.703
31.302.050
38.281.493
INSULINA HUMANA (ml)
1.776.762
5.868.302
5.582.147
TOTAL
36.827.032
146.560.030
162.422.188
FONTE: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos - Departamento de Assistência Farmacêutica - Expansão do Programa Farmácia Popular do Brasil



PREOCUPAÇÃO COM A PREVENÇÃO

Como outra medida de controle do diabetes, vale destacar a política de Promoção da Saúde que tem como uma das prioridades o estímulo à atividade física e o Programa Saúde na Escola (PSE), que tem o objetivo de prevenir e promover a saúde dos escolares, por meio de avaliações do estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, controle de cárie, acuidade visual e auditiva e também psicológica. 

O PSE, iniciado há cerca de dois meses, vai avaliar as condições de saúde dos escolares e realizar ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e educação permanente, além de capacitar profissionais para realizar o monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes. 

Um dos principais objetivos é orientar sobre a segurança alimentar e a promoção da alimentação saudável, bem como estimular as práticas corporais e a atividade física, fatores essenciais para uma prevenção primária do diabetes. 

Promover a formação e o aperfeiçoamento de profissionais que atuam na rede de atenção básica, de modo a estimular e aprimorar o desenvolvimento de ações e atividades de apoio à realização do auto cuidado pelo portador de diabetes, também ações trabalhadas pelo Ministério da Saúde. 


ESTÍMULO AO AUTO-CUIDADO E AUTONOMIA 

O Ministério da Saúde está desenvolvendo uma Estratégia de Educação em Saúde para o Auto-Cuidado voltado para o portador de diabetes e sua família, com a construção de uma rede de tutores e multiplicadores em âmbitos regional, estadual e local. O objetivo é desencadear metodologia ativa que tenha impacto na prática de cada profissional e capacitá-lo a executar ações com a finalidade de desenvolver autonomia para o auto-cuidado, construção de habilidades e desenvolvimento de atitudes que conduzam o portador de diabetes à contínua melhoria do controle sobre a doença, alcançando o progressivo aumento da qualidade de vida e a redução das complicações do diabetes mellitus. 


CIÊNCIA E TECNOLOGIA (PESQUISAS): 

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, prioriza e financia o desenvolvimento de pesquisas clínicas, análises de custos e de tecnologias em saúde, com o objetivo de qualificar o cuidado integral a diversos agravos, e o diabetes é uma prioridade. 

Preocupado com o avanço da doença na criança e adolescentes brasileiros e sabendo que medidas de prevenção primária são mais efetivas em idades precoces e ainda pelo fato de que não há informações quanto à prevalência dessas condições em nível nacional, o Ministério da Saúde lançou um edital, por meio de chamada pública (MCT/FINEP/MS/SCTIE/DECIT – CT-SAÚDE e FNS), com o objetivo de selecionar instituições científicas e tecnológicas para desenvolvimento de um projeto, visando o desenvolvimento de inquérito nacional para determinação da prevalência e magnitude dos determinantes de diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares em adolescentes, a chamada síndrome metabólica. Os objetivos específicos são determinar a magnitude de diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares individuais e potenciais em adolescentes de 12 a 17 anos nas populações brasileiras de cidades de mais de 100 mil habitantes. 

Fontes:
Reuters - Reuters Limited 




Ministério da Saúde


Blog do Osmundo: 26 DE JUNHO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS...

Blog do Osmundo: 26 DE JUNHO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS...: "De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas contra a Droga, não existe um número preciso de usuários de drogas, em especial o crack no ..."

quinta-feira, 23 de junho de 2011

26 DE JUNHO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS

De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas contra a Droga, não existe um número preciso de usuários de drogas, em especial o crack no Brasil. Segundo números apresentados a partir de dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – existem mais de 1 milhão de usuários.
Entretanto, é importante lembrar que o crack, apesar de ser muito agressivo, não é a única droga a causar dependência. Podemos destacar ainda a maconha, cocaína, o álcool – que apesar de liberado traz tantos danos colaterais quanto às drogas ilícitas.  
Hoje o alcoolismo é a 5ª maior doença incapacitante no mundo. São acidentes, perdas afetivas, financeiras, morais, físicas, etc. A maconha, que algumas pessoas acreditam ser uma “droga leve”, produz alterações da percepção, causa delírios, euforia, confusão mental, entre outras.
Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas. Para a coordenadora terapêutica especialista em dependência química da clínica Maia Prime, Ana Cristina Fulini, essa é uma data em que a população deve discutir e refletir sobre um tema que assusta tanto as pessoas.
“Falar sobre drogas é uma carência que toda a sociedade brasileira vive, portanto falar sobre isso sempre é válido desde que feito com responsabilidade. Vejo pessoas fazendo até certa chacota a respeito, o que me leva a pensar o quanto estamos despreparados para lidar com uma possível regulamentação”, afirma Ana Cristina.
De acordo com a especialista, é preciso um trabalho mais fundo em prevenção e tratamento dos dependentes que, segundo ela, não são criminosos e sim doentes: “lugar de doente é no hospital e não na cadeia. Se o doente cometeu ato infrator deve se levar em consideração a doença também. O uso vai além do traficante, não é uma linha de mão única. Ninguém usa porque está disponível para usar, usa por outros tantos motivos e esta é a nossa bandeira: discutir, avaliar”, explica.
Ana Cristina afirma que o acompanhamento clínico multidisciplinar e o apoio da família são muito importantes para a recuperação do usuário: “a desintoxicação depende de indivíduo para individuo, de tempo de uso e qualidade da droga consumida”.

População vê acesso ao SUS difícil, mas aprova serviço


 
A pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), divulgada em 09/02/2011 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que o brasileiro tem problemas no acesso à rede pública de saúde, mas quando é atendido, avalia bem o serviço. "Uma vez que (o cidadão) entra no sistema, ele avalia bem o serviço, mas a pesquisa mostra problemas no acesso a esses serviços, como demora na consulta com um especialista", diz a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Luciana Mendes, durante apresentação do levantamento, em Brasília.
 
De acordo com a pesquisa, o programa "Saúde da Família" é o mais bem avaliado pela população: 80,7% dos entrevistados que receberam atendimento consideram o programa bom ou muito bom. Já 14% o veem como regular e 5,4%, ruim ou muito ruim. O "Saúde da Família" foi o serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) mais bem avaliado em quatro das cinco regiões do país - apenas no Centro-Oeste ficou em segundo lugar. A distribuição gratuita de remédios foi qualificada como boa ou muito boa por 69,6% e como ruim ou muito ruim por 11%, enquanto 19,4% avaliaram como regular.
Por outro lado, o atendimento em centros e postos de saúde e atendimento de urgência e emergência foram os serviços pior avaliados. O atendimento de urgência e emergência, inclusive, recebeu a maior proporção de respostas ruim ou muito ruim (31,4%), enquanto os centros de saúde tiveram 31,1% de avaliação ruim ou muito ruim.
"Os entrevistados avaliam bem os serviços relacionados a atendimentos em que o acesso ao serviço é previamente agendado ou rotineiro, como as consultas marcadas com médicos especialistas, a distribuição gratuita de medicamentos e o atendimento da "Saúde da Família". Nesses casos, a percepção da qualidade (ou satisfação) do atendimento é mais positiva e o problema parece ser obter acesso ao atendimento, ou ao medicamento necessário, em um período de tempo considerado razoável", diz o relatório do Ipea.
"É bastante consistente quando os pesquisados dizem qual é a demanda da rede pública e qual é o problema", afirma Luciana, ao mencionar os dados que indicam que a principal reclamação do usuário está relacionado ao fator tempo de atendimento.
Segundo a sondagem do Ipea, a contratação de novos médicos foi o item mais sugerido pelos entrevistados para a qualificação do SUS. Logo depois, a sugestão mais citada foi a redução no tempo de atendimento em serviços de urgência e para consulta médica. A conclusão do estudo afirma que ambas respostas estão relacionados ao tempo de espera do paciente pelos serviços da rede pública. "A gente tem problemas de continuidade e demora dos serviços", afirma Luciana.
Experiência de atendimento
O Sistema de Indicadores de Percepção Social mostra também que as avaliações são melhores quando o entrevistado já passou por atendimento em um desses serviços ou acompanhou familiares na busca pela rede pública. Na opinião de 30,4% dos pesquisados, os serviços prestados são bons ou muito bons, proporção maior de avaliações positivas se comparado àqueles que declararam não ter utilizado o SUS (19,2%). Dos que se beneficiaram da rede pública, 27,6% avaliam como ruim ou muito ruim, ante 34,3% daqueles que não utilizaram os serviços. "A experiência de utilização de fato influencia na avaliação", diz Luciana.
A pesquisa indica ainda que "avanços proporcionados pela criação e implantação do SUS estão sendo percebidos pelos entrevistados como valores sociais relevantes". A gratuidade da rede foi o ponto positivo mais citado (52,7%), seguido por atendimento sem nenhum preconceito (48%) e distribuição gratuita de medicamentos (32,8%).
 
Fonte: Estadão

    quarta-feira, 22 de junho de 2011

    Estudo investiga a eficácia da aplicação simultânea de vacinas.

     
    Para evitar perdas de oportunidades de vacinação por parte da população, é recomendável a administração simultânea de algumas vacinas, desde que isso não aumente a freqüência e a gravidade dos efeitos adversos e nem reduza o poder imunogênico que cada componente tem quando administrado isoladamente. No entanto, vacinas desenvolvidas a partir de vírus vivos atenuados podem causar interferências umas nas outras, baixando a resposta imune de alguma delas. Foi com base nessa premissa que a epidemiologista Juliana Romualdo avaliou a influência da vacina contra febre amarela na vacina contra rubéola componente da tríplice viral, que também combate sarampo e caxumba. O estudo foi feito em Brasília, onde a imunização contra essas doenças costuma ser aplicada concomitantemente em crianças a partir de 12 meses de idade desde 1996. O trabalho de Juliana contou com a cooperação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz.
    “O excelente desempenho do componente rubéola na vacina triviral foi prejudicado pela aplicação simultânea à vacina contra febre amarela, forçando a revisão de um dos princípios mais importantes dos programas de imunização, o de evitar oportunidades perdidas”, destaca a pesquisadora. Em tese recém-defendida na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz, Juliana analisou 1.828 crianças, de 12 e 23 meses de idade, que compareceram para vacinação em centros de saúde da rede pública do Distrito Federal entre fevereiro e julho de 2006. Elas foram divididas em dois grupos: o primeiro recebeu a antígeno contra a febre amarela no mesmo dia em que recebeu a tríplice viral; já o segundo, tomou a vacina contra a febre amarela 30 dias após.
    Os resultados apontaram que, das crianças vacinadas simultaneamente, 90,6% desenvolveram anticorpos para rubéola e 66,8% para febre amarela. Nos vacinados contra a febre amarela 30 dias após a aplicação da tríplice viral, as proporções de soroconversão foram de 97,3% e 85,9% respectivamente. “Os dados sugerem que a interferência na imunogenicidade foi maior na vacina contra febre amarela, uma vez que a resposta imunológica a ela foi substancialmente reduzida pela aplicação simultânea da vacina tríplice viral”, comenta Juliana. A estudiosa ainda acrescenta que a menor intensidade da resposta ao componente rubéola da triviral nas crianças vacinadas concomitante contra febre amarela não tem precedentes na literatura e poderia ser explicada por uma inibição da replicação do vírus da vacina contra rubéola na presença de interferon, uma proteína induzida pela vacina contra febre amarela.
    “A implicação para a saúde pública desta informação orienta novas recomendações para o calendário vacinal, restringindo a indicação da vacinação simultânea com as vacinas contra febre amarela e a vacina triviral”, elucida a pesquisadora. “O contexto epidemiológico deve ser avaliado, de forma a decidir sobre a possibilidade de adiamento da dose: se o número de casos da doença estiver dentro dos níveis esperados, pode ser recomendada a revacinação contra um desses agentes em um momento diferente; mas se houver um aumento dos casos, ou seja, um surto de alguma dessas doenças, pode ser que não seja possível adiar a aplicação simultânea desses antígenos”.

    Texto: Renata Moehlecke
    Fonte: Agência Fiocruz

    ANS publica norma sobre garantia e tempos máximos de atendimento


    O principal objetivo é que o beneficiário tenha acesso a tudo o que contratou e estimular as operadoras de planos de saúde a promover o credenciamento de prestadores de serviços 

    A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou nesta segunda-feira (20), a Resolução Normativa nº 259 que garante ao beneficiário de plano de saúde o atendimento, com previsão de prazos máximos, aos serviços e procedimentos por ele contratados. Em noventa dias após a publicação da norma, quando esta entrará em vigor, as operadoras deverão garantir que os beneficiários tenham acesso aos serviços e procedimentos definidos no plano, no município onde os demandar ou nas localidades vizinhas, desde que estes sejam integrantes da área geográfica de abrangência e de atuação do plano. 

    “O objetivo é garantir a todos que são usuários de planos de saúde parâmetros de acesso e qualidade – aquilo que é a nossa prioridade no Ministério da Saúde. Estabelecemos essa meta ainda para os primeiros 100 dias de gestão e colocamos a resolução em consulta pública. Agora, depois de um grande debate com as operadoras, com a sociedade, representantes de direitos do consumidor, foi possível estabelecer prazos para que os planos tenham de cumprir regras de acesso e de qualidade”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

    O principal objetivo é que o beneficiário tenha acesso a tudo o que contratou e também estimular as operadoras de planos de saúde a promover o credenciamento de prestadores de serviços nos municípios que fazem parte de sua área de cobertura. Ou seja, a norma visa que a operadora ofereça pelo menos um serviço ou profissional em cada área contratada, mas ela não garante que a alternativa seja a de escolha do beneficiário, pois por vezes o profissional de escolha já está em sua capacidade máxima. A ANS não pode interferir na capacidade de atendimento dos prestadores e sim regular para que haja no mínimo uma alternativa para o atendimento ao beneficiário. 

    Nos casos de ausência de rede assistencial, a operadora deverá garantir o atendimento em prestador não credenciado no mesmo município ou o transporte do beneficiário até um prestador credenciado, assim como seu retorno à localidade de origem. Nestes casos, os custos correrão por conta da operadora. Assim, em municípios onde não existam prestadores para serem credenciados, a operadora poderá oferecer rede assistencial nos municípios vizinhos. 

    Casos de urgência e emergência têm um tratamento diferenciado e a operadora deverá oferecer o atendimento invariavelmente no município onde foi demandado ou se responsabilizar pelo transporte do beneficiário até o seu credenciado. 

    A garantia de transporte estende-se ao acompanhante nos casos de beneficiários menores de 18 (dezoito) anos, maiores de 60 (sessenta) anos, pessoas portadoras de deficiência e pessoas com necessidades especiais, mediante declaração médica. Estende-se também aos casos em que seja obrigatória a cobertura de despesas do acompanhante, conforme disposto no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS.

    Caso a operadora não ofereça as alternativas para o atendimento deverá reembolsar os custos assumidos pelo beneficiário em até 30 (trinta) dias. Nos casos de planos de saúde que não possuam alternativas de reembolso com valores definidos contratualmente, o reembolso de despesas deverá ser integral. 

    Além do atendimento aos serviços contratados, as operadoras deverão garantir que estes aconteçam nos tempos máximos previstos a partir da demanda do beneficiário, que são os seguintes: 



    Os procedimentos de alta complexidade são aqueles definidos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, disponível no endereço eletrônico da Agência (www.ans.gov.br). 

    A elaboração da norma contou com a participação de toda a sociedade na consulta pública 37, realizada em 03/02/2011 a 04/03/2011 com mais de três mil contribuições. 

    Com esta publicação a ANS cumpre mais uma das metas da Agenda Regulatória no eixo de Garantia de Acesso e Garantia Assistencial. 


    Fonte:  Agência Nacional de Saúde Suplementar 
    (21) 2105-0043 / 35 / 36 / 38