sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SUS e planos vão ter que trocar próteses mamárias rompidas

O sistema público e os planos de saúde terão que dar cobertura integral às mulheres afetadas por complicações provocadas pelo rompimento dos implantes mamários das marcas  PIP e Rofil, incluindo a substituição das próteses quando necessário, mesmo que as cirurgias originais tenham sido por caráter estético, determinou o governo nesta sexta-feira.

A PIP (Poly Implant Prothese SA), uma extinta marca francesa, e a Rofil, da Holanda, tiveram seus registros cancelados pelo governo brasileiro após milhares de mulheres ao redor do mundo terem relatado problema de ruptura das próteses PIP. A produção da Rofil era terceirizada à PIP.
A decisão do governo foi anunciada após reunião entre o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde (ANS) para reforçar as orientações e determinar, principalmente, qual a extensão da cobertura dos planos de saúde.
Anteriormente, a determinação era de que as seguradoras deveriam cobrir o tratamento das complicações mesmo se o implante fora colocado inicialmente por estética, mas que o pagamento da nova prótese nesses casos caberia a cada paciente.
Agora, o SUS e os planos darão "cobertura integral a estas pacientes, inclusive realizando cirurgia e substituição da prótese quando indicada... A indicação de substituição não é universal, sendo restrita a indícios de ruptura", segundo nota conjunta divulgada nesta sexta-feira.
De acordo com a Anvisa, entre 300 mil e 400 mil mulheres têm prótese mamária no Brasil, das quais até 25 mil seriam das marcas PIP e Rofil. As próteses PIP estão proibidas no país desde 2010.
A Anvisa informou que já instaurou os processos administrativos-sanitários para estabelecer a extensão das penalidade às empresas importadoras das próteses e análise dos lotes importados que não foram utilizados.
Os implantes PIP ficaram sob os holofotes mundiais após o governo francês recomendar no fim de 2011 às dezenas de milhares de mulheres na França com estas próteses que as removessem por meio de cirurgia como medida de precaução diante de taxas anormais de ruptura da prótese.
Cerca de 300 mil implantes PIP, que são usados em cirurgia cosmética para aumentar o tamanho dos seios ou para substituir tecido mamário, foram vendidos ao redor do mundo antes da falência da empresa no ano passado.
A França registrou oito casos de câncer em mulheres com implantes mamários fabricados pela PIP, que é acusada de utilizar silicone de grau industrial, normalmente empregado em computadores e utensílios de cozinha.
Fundada em 1991, a Poly Implant Prothese tinha sede no sul da França, e durante um período foi a terceira maior fabricante de implantes do mundo, produzindo cerca de 100 mil por ano.

 (Reuters) 
(Texto de Bruno Marfinati, em São Paulo)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Programa de Vacinação no Sistema Único de Saúde - SUS

A vacinação é a maneira mais eficaz de evitar diversas doenças imunopreveniveis, como varíola (erradicada), poliomielite (paralisia infantil), sarampo, tuberculose, rubéola, gripe, hepatite B, febre amarela, entre outras.
As ações de vacinação são coordenadas, no País, pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde que tem o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no território brasileiro.

CALENDÁRIOS DE VACINAÇÃO
O Calendário de vacinação brasileiro é aquele definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país.  Atualmente é constituído por 12 produtos recomendados à população, desde o nascimento até a terceira idade e distribuídos gratuitamente nos postos de vacinação da rede pública. Confira abaixo os três calendários de vacinação:
:: Calendário Básico de Vacinação da Criança

::
Calendário de Vacinação do Adolescente
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Calendário de Vacinação do Adulto e do Idoso
:: Calendário de Vacinação da População Indígena  


O Programa foi criado em 1973, regulamentado no ano de 1975 pela Lei nº 6.259, de 30/10/1975, e pelo Decreto nº 78.231, de 30/12/1976, representando um instrumento destinado à proteção da população brasileira contra doenças que podem ser evitadas com o uso de imunobiológicos, incluindo as vacinas. Atualmente, o PNI preconiza a vacinação para a família e, além da imunização de crianças, oferece também a vacinação para adolescentes, adultos, idosos, povos indígenas e populações com necessidades especiais.

O Programa coordena e define normas e procedimentos técnicos e científicos articulados às secretarias de estado e estas com as secretarias municipais, mediante ações estratégicas sistemáticas de vacinação da população, com base na vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis e inovações tecnológicas da área. Também tem o papel de adquirir, conservar e distribuir os imunobiológicos que integram os calendários de vacinação do PNI nas aproximadamente 34 mil salas de vacina em todo o país.

As ações de vacinação contribuíram, de forma significativa, para manter a erradicação do ciclo urbano da febre amarela e da erradicação da varíola no Brasil. Outro resultado de destaque é a ausência de registros da paralisia infantil há 22 anos e do sarampo, há dez anos.

O PNI do Ministério da Saúde, em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e a Lei Orgânica da Saúde, proporciona o acesso equânime aos imunobiológicos especiais aos grupos portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas e seus comunicantes, usuários com história associada a evento adverso pós-vacinação e profilaxia pré e pós-exposição a determinados agravos. Estão disponibilizados nos 42 Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) das 27 unidades federadas.

Encontram-se em discussão as recomendações de vacinas para viajantes nacionais e internacionais.

Vacinação no Brasil - Histórico
1804 - Instituída a primeira vacinação no País - contra a varíola.
1808 - Criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil. E, em 27 de fevereiro, foi criado o cargo de Provedor-Mor de Saúde da Corte e do Estado do Brasil, embrião do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados.
1885 - Introdução da primeira geração da vacina antirrábica.
1889 - Um surto de peste bubônica se propaga no porto de Santos, levando o governo a adquirir a Fazenda Butantan para instalar um laboratório de produção de soro antipestoso, vinculado ao Instituto Bacteriológico (hoje Instituto Adolpho Lutz).
1897 - Primeira geração da vacina contra a peste.
1904 - Instituiu-se a “Reforma Oswaldo Cruz”, que criou o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção, com a responsabilidade de combate à malária e à peste no Rio de Janeiro (Decreto Legislativo nº 1.151, de 5/1/1904).

- Edição do decreto da obrigatoriedade da vacinação e da revacinação contra a varíola, em toda a República (Decreto nº 1.261, de 31/10/1904).
1907 - Criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto Oswaldo Cruz), onde foram estabelecidas normas e estratégias para o controle dos mosquitos vetores da febre amarela (Decreto nº 1.802, de 12/12/1907).
- A febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em setembro de 1907, no IV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro.
1937 - Produção e introdução da vacina contra a febre amarela.
1950 - No início da década, implantação do toxóide tetânico (TT) e da vacina DTP, em alguns estados.
1961 - Primeira campanha de vacinação com a vacina poliomielite, projeto experimental em Petrópolis/RJ e Santo André/SP.
1962 - Primeira campanha nacional contra a varíola.
1967 - Introdução da vacina contra o sarampo para crianças de oito meses a quatro anos de idade.
1968 - Inicia-se a vacinação com a vacina BCG.
1970 - Registros oficiais do Ministério da Saúde sobre casos de doenças preveníveis por vacinação:

11.545 casos de poliomielite
1.771 casos de varíola
10.496 casos de difteria
81.014 casos de coqueluche
109.125 casos de sarampo
111.945
casos de tuberculose
1971 - Ocorrência, no Brasil, do último caso de varíola.
1973 - Criado o Programa Nacional de Imunizações – PNI.
1975 - Instituição do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Lei nº 6.259).
1976 - Regulamentação do PNI por meio do Decreto nº 78.231, de 30/12/1976.
1977 - Instituído pela Portaria nº 452 o primeiro Calendário Básico e o Cartão de Vacinas com as vacinas obrigatórias para os menores de um ano de idade.
1989 - Implantação gradativa da vacina contra hepatite B inicialmente na área do Purus - Boca do Acre e Labréa.
1992 a 2002 - Implantação gradativa, nos estados, da vacina dupla (sarampo e rubéola) ou tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
1996 - Redefinição das estratégias de vacinação contra hepatite B em menores de um ano de idade, em todo o país, e ampliação da faixa etária para 15 anos na Amazônia Legal, SC, ES, PR e DF.
1999 - Realizada, em abril, a 1ª Campanha de Vacinação do Idoso (a partir dos 65 anos de idade) com a vacina contra influenza.
Substituição da vacina TT pela dupla tipo adulto (difteria e tétano) no calendário básico para a faixa etária de sete anos e mais
2000 - Mudança na faixa etária da Campanha de Vacinação do idoso (maiores de 60 anos de idade).
2002 - Introdução da vacina tetravalente (HIB + DTP) para os menores de um ano.
2003 - Atualização do calendário de vacinação para a faixa etária de 12 meses a 11 anos de idade.
2004 - É instituído o Calendário Básico de Vacinação pela Portaria nº 597.
2004 - Campanha de Vacinação de Seguimento contra Sarampo Caxumba e Rubéola para crianças de 12 meses a quatro anos, na qual foram vacinadas 12.777.709 crianças, 92.80% de cobertura vacinal.
2006 - Inclusão da vacina contra o rotavírus humano para os menores de seis meses de idade.

2008 - Campanha nacional de vacinação contra rubéola, com 68 milhões de adolescentes, jovens e adultos vacinados.
2009 - A Organização Mundial da Saúde informa, em 11 de junho, que a pandemia da influenza A (H1N1) 2009 passou à fase 6: disseminação da infecção entre humanos, no âmbito comunitário, ocorrendo em diferentes regiões do mundo e oficializando a pandemia de influenza com o vírus A.

2010 - No período de 8 de março a 2 de junho, realização da Estratégia de Vacinação Contra o Vírus Influenza Pandêmica A (H1N1) 2009, dirigida a crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, gestantes, indivíduos com co-morbidades, adultos saudáveis na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, com mais de 89,6 milhões de brasileiros vacinados.
- Inclusão das vacinas contra infecções pneumocócicas – vacina pneumocócica 10 valente – no mês de março, e da vacina conjugada meningocócica C no calendário de vacinação, a partir do mês de setembro.
2011 - A vacinação contra a influenza foi ampliada para as crianças na faixa etária de seis meses a menores de dois anos, gestantes, trabalhadores de saúde das unidades básicas que fazem atendimento para a influenza e povos indígenas, além dos idosos com 60 anos e mais de idade.
- Ampliação da vacina contra hepatite B para a faixa etária entre 20 e 24 anos de idade.



Fonte: Ministério da Saúde/SVS/PNI

sábado, 3 de dezembro de 2011

Rumos da saúde pública em definição na 14ª Conferência Nacional de Saúde


Fonte: ENSP, em 01/12/2011
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, abriu oficialmente as atividades da 14ª Conferência Nacional de Saúde, nesta quinta-feira (1°/12). Com o tema Todos usam o SUS! SUS na seguridade social, política pública, patrimônio do povo brasileiro, Brasília recebe até o dia 4 de dezembro mais de quatro mil representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores e gestores/prestadores de serviço em saúde para discutir os caminhos da saúde pública para os próximos anos. "A 14ª CNS visa melhorar a atenção básica de saúde no país e a qualidade do atendimento à população. Os usuários do SUS estão em primeiro lugar sempre", afirmou Padilha em sua fala inicial. A Conferência Nacional de Saúde está sendo transmitida ao vivo pela internet, através do Canal Saúde/Fiocruz.

A 14ª CNS tem como eixo temático o Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS. Ao todo, 346 propostas integram o relatório consolidado para votação durante a conferência. O documento é resultado dos relatórios enviados pelos 27 estados, fruto das conferências estaduais e municipais de Saúde realizadas em todo o país. 
Ao todo, 878 propostas foram aprovadas e encaminhadas à Etapa Nacional. As propostas nacionais foram divididas em 15 diretrizes, que tratam de participação social, modelo de gestão, acesso com qualidade, construção de políticas públicas em saúde, entre outras. Divididos em 17 grupos de trabalhos, os delegados vão analisar e votar as propostas. Após a aprovação na Plenária Final da Conferência, será elaborado um relatório com as propostas definidas pelos delegados da 14ª CNS, que devem nortear as políticas de saúde nos próximos quatro anos.

Participantes da 14ª CNS fazem protesto pela regulamentação da Emenda 29

A Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000, que obriga os estados e o Distrito Federal a destinar pelo menos 12% de seu orçamento para a saúde, e os municípios, 15%, foi motivo de manifestação no primeiro dia (30/11) da 14ª CNS. Participantes da Conferência promoveram um movimento para reivindicar a regulamentação da EC 29. Durante caminhada pela Esplanada dos Ministérios, cerca de três mil manifestantes criticaram, com faixas e cartazes, as políticas públicas do governo federal para a área da saúde. O secretário-geral da conferência, Francisco Batista Júnior, disse que não basta definir os recursos para a saúde. "Se nós conseguirmos mais recursos mas não mudarmos a lógica do financiamento, da gestão, não criarmos uma carreira de profissionais do SUS, o financiamento não vai resolver. O equívoco, na base, se não for corrigido, não viabiliza o sistema". 

História das CNS começou há 70 anos

As Conferências Nacionais de Saúde acontecem há 70 anos. No entanto, no início, o espaço era voltado somente às esferas intergovernamentais. Isso permaneceu até o reconhecimento da saúde, na Constituição Federal de 1988, como um direito de todos e dever do Estado, e com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, as Conferências ocorrem a cada quatro anos e os debates giram em torno dos desafios para a legitimação do Sistema como política pública universal e para a garantia de acesso aos serviços com equidade, integralidade e melhor qualidade. A ampliação das práticas de controle social e a disposição de processos democráticos e participativos de entidades e movimentos sociais também estão no foco das discussões atuais.

(Com informações do site da 14ª CNS, da Agência Brasil e do Ministério da Saúde)

14ª Conferência Nacional de Saúde
30 de novembro a 4 de dezembro
Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Confira a programação completa da 14ª CNS.

(Fotos 14ª CNS: Fabio Rodrigues Pozzebom e Wilson Dias da ABr)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

AIDS Campanha pelo Dia Mundial começa a ser veiculada


O Ministro da Saúde Alexandre Padilha apresentou vídeo durante abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, cujo slogan é “A aids não tem preconceito. Previna-se”
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (1°), durante a abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que o Sistema Único de Saúde (SUS) ajudou a controlar a epidemia de aids no país. De acordo com ele, o SUS, por meio da rede de hemocentros, foi o grande responsável por eliminar a transmissão do vírus HIV pela transfusão de sangue. “Apesar dessa vitória, temos grandes desafios. Um dos maiores é o preconceito. E o Sistema Único de Saúde não pode ser o espaço que reforça o preconceito”, afirmou o ministro.
Para o Ministério da Saúde do Brasil, expor cada vez mais as diferenças para as pessoas é umas melhores formas de se acabar com a discriminação. Por isso, o slogan da campanha alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado neste dia 1º, é “A aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/aids.
O vídeo da campanha, apresentado pelo ministro durante a abertura da conferência, começa a ser exibido hoje em canais abertos de TV e também na MTV. A primeira veiculação do filme da campanha será no intervalo do Jornal Nacional da Rede Globo.
Segundo o MS, houve uma mudança importante na estratégia das campanhas para alcançar mais fortemente a juventude do país. Este ano, os jovens gays – de 15 a 24 anos – são o público prioritário das ações de mobilização. Boletim epidemiológico sobre HIV/Aids, divulgado na última segunda-feira (28), apontou o avanço da doença entre este grupo.
Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays na mesma faixa houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.
DIA MUNDIAL – Em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV.

Mais informações
Assessoria de Imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais:             (61) 3306-7010       / 7016 / 7024 / 7051

OMS, Unicef e ONUAids destacam avanços extraordinários sobre a Aids


O relatório da OMS, ONU Aids e Unicef fixa para 2015 o objetivo Zero Aids, mostrado por voluntários em Taiwan na véspera do Dia Mundial de Combate a doença.
A OMS, a Unicef e a ONU Aids destacaram progressos extraordinários na luta mundial contra o HIV-Aids nos últimos anos, mas se dizem preocupadas pela diminuição do financiamento dos programas nas causas da crise, disse um relatório publicado nesta quarta-feira.
Na véspera do Dia Mundial da Luta contra a Aids, o relatório das organizações da ONU indica que a incidência mundial da infecção do HIV se estabilizou e em muitos países com epidemias gerais começam a diminuir.
O número de pessoas que recebem tratamento antirretroviral continua aumentando e já chegava a 6,65 milhões de pessoas em 2010, acrescenta o relatório.
O texto menciona "progressos extraordinários na resposta do setor da saúde ao HIV ao longo dos últimos dez anos".
"O acesso à prevenção do HIV se desenvolveu de maneira espetacular" nos países de rendas baixa ou médias, diz o documento.
Destacando que o ano de 2011 se caracterizou por um "novo impulso político e por avanços científicos importantes", o relatório fixa para 2015 o objetivo de "nova infecção de HIV zero, discriminação zero e morte por causa da Aids, zero".
Em um relatório inicial, a ONU Aids disse que um número recorde de 34 milhões de pessoas vivia com Aids no mundo em 2010, principalmente por causa do melhor acesso ao tratamento, que contribuiu para reduzir o número de mortes e aumentar a esperança no possível fim da pandemia.
Hoje, cerca de 50% das pessoas soropositivas recebem tratamento, o que salvou 700 mil vidas só no ano de 2010.
Outro progresso: o número de novas infecções registrou seu nível mais baixo desde 1997, 2,7 milhões, ou seja, uma diminuição de 21% em relação ao máximo de 1997.
O informe conjunto da OMS, ONU Aids e Unicef enfatiza que "o que foi considerado como completamente irreal há alguns anos, passou ao domínio do real, do possível".
"No entanto, as pressões financeiras sobre os orçamentos das ajudas nacionais e estrangeiras fazem pairar uma ameaça sobre os progressos impressionantes realizados até o presente", alerta o relatório.

Fonte:  Por Patrick Lin | AFP 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sete cuidados para prevenir o câncer - Especialistas indicam hábitos capazes de evitar os tipos mais comuns da doença


O tratamento contra o câncer é um dos mais desgastantes. Família e paciente sofrem durante meses, às vezes por vários anos, até controlar a doença. Fatores genéticos são historicamente conhecidos como causas do problema, a novidade da Medicina mais recentemente é o peso que seus hábitos têm no desenvolvimento de um tumor. "Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos fazem bem para a saúde de maneira geral e isso inclui a prevenção de vários tipos de câncer", afirma o oncologista Hezio Jadir Fernandes Jr, diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC). "O segredo está em identificar os cuidados específicos para cada tumor".

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, veja as dicas dos especialistas para diminuir os riscos dos principais tipos da doença.

.Câncer de mama 
Tipo de câncer mais comum em mulheres, com exceção do câncer de pele, o câncer de mama corresponde a 28% dos tumores no sexo feminino. Segundo a oncologista Ana Ramalho, coordenadora da divisão de atenção oncológica do INCA, os exames preventivos, como a ressonância da mama e a mamografia, têm um papel importante na prevenção e devem ser feitos uma vez a cada dois anos, após os 40 anos de idade. "Quando a mulher chega aos 50, deve realizar pelo menos um desses exames anualmente, além de fazer o autoexame de toque toda a semana", afirma a especialista. 

Outro hábito simples tem se mostrado eficaz na hora de prevenir o câncer de mama. "Para as mulheres que estão pensando em ter filhos, um bom conselho é amamentar o bebê pelo menos durante o primeiro ano de vida. Estudos mostraram que esse hábito, além de trazer inúmeros benefícios para o bebê, pode diminuir em até 5% as chances de ter câncer de mama", explica. 

Câncer de próstata 
De acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer, o câncer de próstata é o segundo tipo que mais atinge homens, correspondendo a 30% dos casos registrados. "Fazer o exame de toque retal ou ultrassom da próstata, anualmente, a partir dos 40 anos é fundamental", afirma o urologista José Roberto Colombo, especialista do Minha Vida. 

Outra medida apontada pelo o especialista é aumenta a ingestão de tomates, principalmente em versão quente, como no molho vermelho. "O tomate tem uma substância chamada licopeno que, além de dar a cor avermelhada à fruta, também age como preventivo contra o câncer de próstata". 





Câncer de pulmão 
Esse tipo de câncer é o mais comum de todas as neoplasias malignas e apresenta um aumento de 2% ao ano na incidência mundial. "Aproximadamente 90% de pacientes que foram diagnosticados com câncer de pulmão fumam ou já fumaram. Esse dado já mostra que a melhor maneira de se prevenir é não fumar ou largar o cigarro o mais rápido possível", afirma o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio Libanês, líder da pesquisaCâncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes. 

De acordo com o pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle de Tabagismo do INCA, a região sul do Brasil é onde o câncer de pulmão afeta mais pessoas. "É lá também que o hábito de fumar e consumir outros produtos derivados do tabaco é mais comum", explica.

Colo do útero 
Tirando o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o que apresenta maior percentual de prevenção e cura. "Para diminuir esse tipo de câncer, dois hábitos se mostram bastante eficazes: o uso de preservativos e fazer o exame Papanicolau todos os anos", afirma o oncologista Hezio Jadir Fernandes Jr, diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC). 

Segundo o especialista, o vírus do papiloma humano (HPV), é um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Para se proteger, basta usar preservativos e controlar o número de parceiros sexuais. "O começo da vida sexual está cada vez mais precoce. Isso favorece o aparecimento do vírus do papiloma humano e, consequentemente, o câncer de colo de útero", explica. Como a vacinação contra HPV ainda não está disponível a todos, o uso do preservativo ainda é a melhor forma de prevenção. 

Já o exame Papanicolau é a maneira mais eficiente de encontrar esse tipo de câncer no estado inicial. "Nessa fase, o problema é facilmente tratado. Por isso, as mulheres que tem vida sexual ativa devem fazer esse exame esse exame pelo menos uma vez por ano", explica o oncologista.  

Câncer de pele
Considerando todas as variações possíveis, o câncer de pele é o mais comum, tanto em homens como em mulheres. Por outro lado, ele também é o que possui o maior índice de cura, se descoberto em estágio inicial, e o mais fácil de prevenir. "O câncer de pele está diretamente ligado à exposição demasiada ao sol. Por isso, as duas melhores maneiras de se prevenir estão ligadas a este hábito", explica o dermatologista Claudio Mutti, especialista em cirurgia oncológica pélvica pelo Instituto de Controle do Câncer.

Segundo o dermatologista o protetor solar é o maior aliado na prevenção do câncer de pele. A aplicação deve ser feita cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol e o produto deve ser aplicado no corpo todo, especialmente nas áreas mais expostas ao sol, como face, pescoço, colo e braços. "É nessas áreas que o câncer de pele é mais frequente", explica.

Outra medida importante é evitar sair no período de pico do sol, entre 10 e 16 horas. "Mesmo usando protetor solar, é importante evitar se expor aos raios solares nesse período de sol forte", explica Claudio Mutti.

Cólon e reto
"Uma alimentação balanceada, com baixo teor calórico, rica em frutas, fibras e legumes, associada a hábitos saudáveis como a prática de atividade física, pode reduzir 37% desse tipo de tumor", diz o nutricionista Fábio Gomes, especialista da área de nutrição do INCA. O especialista ainda lembra que a ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas também pode ser um fator de risco para esse tipo de câncer.



Fonte: POR FERNANDO MENEZES

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Brasil fica na 84ª posição em índice de desenvolvimento da ONU

Copenhague, 2 nov (EFE).- O Brasil ficou na 84ª posição (0,718 pontos) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2011, divulgado nessa quarta-feira pela ONU, que mais uma vez foi liderado pela Noruega e teve na sua última posição um país africano, a República Democrática do Congo.
Austrália, Holanda, EUA, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda, Liechtenstein, Alemanha e Suécia seguem nas primeiras colocações após a Noruega.
O índice, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Copenhague, é uma maneira padronizada de avaliação e leva em conta riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer de cada país.
A lista inclui 187 nações (18 a mais do que no ano passado). Os melhores classificados na América Latina foram Chile (44º), Argentina (45º), Uruguai (48º) e Cuba (51º).
Os dez países pior classificados são da África Subsaariana: Guiné, República Centro-Africana, Serra Leoa, Burkina Faso, Libéria, Chade, Moçambique, Burundi, Níger e a República Democrática do Congo.
A comparação com os últimos cinco anos mostra que as nações que mais subiram no ranking foram Cuba, dez posições, e Venezuela e Tanzânia, sete. O Brasil melhorou uma colocação.
Os países que mais caíram foram Kuwait e Finlândia, que perderam oito e sete posições, respectivamente.
Se ao invés do IDH foi usado outro tipo de avaliação, o IDH-D, que leva em conta desigualdades internas, a Noruega continua na primeira colocação. Mas países como os EUA caem para o 23º lugar. Suécia e Dinamarca, ao contrário, são nações que sobem se for usado esse índice.
"O IDH ajustado às desigualdades ajuda a avaliar melhor os níveis de desenvolvimento de todos os segmentos da sociedade, e não apenas do cidadão médio", disse em comunicado Milorad Kovacevic, responsável pelas estatísticas do relatório.
O relatório final da ONU sobre o índice aponta que a receita da maioria dos países do mundo piorou e que a América Latina é a região mais desigual. Se for usado o IDH-D, no entanto, a África Subsaariana e o sul da Ásia são os locais mais pobres.
O Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), uma das classificações complementares criadas pelo Pnud, é liderado por Suécia, Holanda e Dinamarca. E nas últimas posições estão o Níger, Chade e Iêmen.
Outra lista complementar é o Índice de Pobreza Multidimensional (IMP), que avalia fatores como o acesso a água potável, combustível e serviços de saúde, assim como artigos domésticos e padrão domiciliar.
Mais de 1.700 bilhão de pessoas em 109 países viviam em pobreza "multidimensional" no final da década passada, segundo o relatório. EFE
alc/dk
Fonte: EFE