segunda-feira, 7 de maio de 2012

Governo renova quebra de patente de remédio contra Aids


O governo federal publicou, nesta segunda-feira (07/05), um decreto que prorroga por mais cinco anos a validade do licenciamento compulsório do medicamento Efavirenz, usado contra o HIV.

Em 2007, o então presidente Lula anunciou a quebra da patente do antirretroviral, alegando que o Brasil pagava ao laboratório americano produtor até 136% a mais do que era cobrado de outros governos, como o da Tailândia. E que, mesmo após muita negociação, o laboratório não baixou o preço para um limite possível.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a prorrogação não muda em nada a atual situação e permite que o país continue produzindo a versão genérica do medicamento.

"A gente tinha que prorrogar porque a primeira licença foi feita por cinco anos. O princípio ativo tem uma patente, que vence em agosto. E a patente do processo de produção vence em 2016. Já prorrogamos porque, assim, cobrimos as duas e continuamos podendo fabricar no Brasil", disse.

Ao final da prorrogação, continua ele, as patentes já terão expirado e não será mais necessário manter a quebra.

PRODUÇÃO NACIONAL

Em 2009, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o registro da versão genérica do remédio produzida pelo laboratório público Farmanguinhos. Até o ano passado, o Brasil também utilizava um genérico produzido na Índia.

Barbosa diz que, a partir deste ano, a produção nacional vai cobrir toda a demanda.

Mais de 100 mil pacientes usam o Efavirenz no país, cerca de metade das pessoas diagnosticadas com o vírus e que necessitam de tratamento.

Para João Sanches, diretor de acesso ao mercado e governo da MSD, detentor da patente do Efavirenz, a prorrogação não é uma surpresa no contexto da decisão tomada pelo governo em 2007.

"A quebra da patente não faz parte nem da estratégia nem da política do governo, a gente não espera que aconteça novamente", afirma.

JOHANNA NUBLAT –FOLHA.com
DE BRASÍLIA

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